A Força-Tarefa Conjunta de Estabilização e Consolidação Hércules, criada em 2018 com o apoio da Promotoria, da Procuradoria e da Polícia Judicial da Colômbia, reúne militares de terra, mar e ar para deter a violência gerada por grupos armados ilegais e cultivos ilícitos na região de Tumaco e nos municípios do estado de Nariño, na Colômbia, perto da fronteira com o Equador.
Seu ex-comandante, o General de Brigada Nayro Javier Martínez Jiménez, do Exército da Colômbia, conversou com Diálogo sobre os avanços dessa força-tarefa conjunta e os desafios à segurança nessa área.
Diálogo: Qual é a missão dessa força-tarefa?
General de Brigada Nayro Javier Martínez Jiménez, do Exército da Colômbia, ex-comandante da Força-Tarefa Conjunta de Estabilização e Consolidação Hércules: Nossa missão é realizar operações conjuntas com a Marinha Nacional e a Força Aérea, coordenadas com a Polícia Nacional. Trabalhamos de maneira interinstitucional com a Procuradoria Geral da Nação e multilateral com as Forças Armadas do Equador, sob as diretrizes do Plano de Campanha Bicentenário Heróis da Liberdade, para atacar o sistema de ameaças persistente na zona do Pacífico sul de Nariño, e contribuir para a proteção da população civil e dos bens e recursos do Estado, buscando em conjunto com a institucionalidade dos demais organismos do Estado as condições de segurança e de estabilidade necessárias na região.

Diálogo: Quis são os componentes que possuem e como coordenam as ações?
Gen Bda Martínez: Recebemos apoio do componente terrestre do Exército Nacional com a 2ª Força de Destacamento Rápido e o Comando Operacional Pégaso. A Marinha Nacional nos apoia com a 4ª Brigada de Infantaria de Marinha e, quanto à Força Aérea, temos o apoio do 7º Comando Aéreo de Combate.
Diálogo: Que tipos de operações conjuntas, coordenadas, combinadas e interinstitucionais são realizadas para deter os grupos armados ilegais que operam na região?
Gen Bda Martínez: Realizamos uma série de operações que buscam afetar cada um dos fatores de instabilidade presentes no território, como a Operação Major José Inocêncio Chica, contra o narcotráfico e tudo aquilo que se relaciona a esse flagelo; a Operação Major Pedro Pascasio Martínez, contra as economias ilícitas; a Operação Major Simón Bolívar, contra o grupo armado organizado do ELN [Exército de Libertação Nacional]; a Operação Major José María Córdova, contra grupos armados organizados residuais das extintas FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]; a Operação Major Horus, que busca o controle institucional do território; e a Operação Major Artemisa, uma operação muito importante, visto que estamos em uma região onde a proteção do meio-ambiente, dos recursos hídricos e da natureza em geral é muito importante.
Diálogo: Que progressos foram alcançados com a desarticulação dos narcotraficantes da região?
Gen Bda Martínez: Já obtivemos resultados importantes, como a entrega à justiça dos indivíduos pertencentes aos grupos armados organizados residuais, e realizamos uma forte campanha para conseguir a rendição ou a desmobilização das pessoas pertencentes a esses grupos e a recuperação de menores de idade que foram ilegalmente vinculados a esse problema. Em nossas operações conjuntas, principalmente com o Corpo de Fuzileiros Navais, conseguimos a apreensão de uma enorme quantidade não apenas de insumos e líquidos para o processamento da pasta base, mas também de cloridrato de cocaína, que confiscamos nos próprios laboratórios, ou quando já estavam prontos para serem enviados ao exterior através do Oceano Pacífico.
Diálogo: Qual é o valor agregado dessa força de trabalho ao esforço nacional da Colômbia para combater o narcotráfico e levar segurança aos cidadãos?
Gen Bda Martínez: Nosso valor agregado é a presença de nossos soldados e fuzileiros navais em todos os espaços do território do Pacífico de Nariño. Controlamos os principais corredores de mobilidade formados pelos grandes rios que atravessam essa jurisdição e que constituem verdadeiras estradas por onde circulam não apenas os insumos sólidos e líquidos da cocaína, mas obviamente o produto de todo esse processo. Nossa presença faz com que seja muito mais difícil para que as organizações de narcotraficantes gerem essa comercialização ilícita dos produtos do narcotráfico. A presença de nossos soldados também é estabelecida nesses pontos de lançamento para que as demais instituições possam chegar até o território, já que contamos com uma capacidade instalada presente em cada um dos municípios, a qual é aproveitada pelas demais instituições.
Para assistir à entrevista completa com o General de Brigada Nayro Javier Martínez Jiménez, que foi comandante de a Força-Tarefa Conjunta de Estabilização e Consolidação “Hércules” desde junho de 2020 a novembro de 2021, visite o seguinte link: https://dialogo-americas.com/pt-br/articles/jtf-hercules/