Uma guerra irregular, com conflitos entre grupos insurgentes, paramilitares e de resistência: esse foi o cenário utilizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a realização do Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio), que aconteceu no período de 10 de agosto a 4 de setembro de 2020. O objetivo do exercício foi garantir a manutenção das capacidades operacionais das unidades aéreas e de infantaria e a pronta resposta para emprego em diversas missões, como ações humanitárias, de resgate, de manutenção da ordem e da paz e de evacuação aeromédica.

A terceira edição do EXOP Tápio aconteceu em duas fases. Na primeira fase, foram treinados lançamentos de carga e navegação a baixa altura e formação operacional dos militares. Durante a segunda fase, os militares colocaram em prática voos em operação conjunta com aeronaves de asas rotativas, de caça e de transporte de tropa, além do lançamento de paraquedistas.
Mais de 50 aeronaves participaram do exercício, que mobilizou cerca de 1.300 militares de 25 esquadrões oriundos de várias regiões do Brasil, além de militares do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil.
Concepção tática do exercício
Segundo o Brigadeiro da FAB Luiz Cláudio Macedo Santos, diretor do EXOP Tápio, o exercício foi elaborado de acordo com o que já é empregado na Organização das Nações Unidas e na Organização do Tratado do Atlântico Norte. “A padronização dos procedimentos foi fruto do intercâmbio e da parceria que temos com as Forças Armadas norte-americanas”, revelou. “Militares da FAB participaram do exercício Green Flag, nos Estados Unidos, no ano passado, treinamento que tem um conceito semelhante ao utilizado no EXOP Tapio. Além disso, oficiais da Força Aérea dos EUA acompanharam a segunda edição do exercício, em 2019, aqui no Brasil”, acrescentou.
Missão Aérea Composta

Um dos destaques da terceira edição do EXOP Tápio foi a Missão Aérea Composta (COMAO, em inglês), também conhecida como pacote, realizada em 22 de agosto. Durante a atividade, 20 aeronaves de aviações distintas decolaram, em um curto espaço de tempo, para cumprir missões necessárias em um ambiente de guerra irregular, de acordo com o cenário simulado no exercício, como ataque, busca, resgate e lançamento de tropas e suprimentos.
Segundo o Major da FAB Rodolfo Santos Moura, que atuou como comandante da missão, o maior desafio foi conseguir priorizar a segurança de voo, sem prejudicar a operacionalidade. “Prover treinamento com segurança é o foco principal do pacote”, disse. “Esse formato de COMAO promove a participação de praticamente todas as aviações da FAB em um mesmo contexto de treinamento”, concluiu.