Sumário
Este artigo de pesquisa é baseado no estudo do sistema educacional das Forças Militares, no âmbito das diretrizes emitidas pelo Ministério da Defesa Nacional (MDN) desde 2007, através do Plano Estratégico do Sistema Educacional (PESE), estabeleceu as políticas educacionais para melhorar em todos os aspectos a educação e treinamento de seu Talento Humano (Ministério da Defesa Nacional, 2008). A Marinha Nacional, em consonância com as aspirações do Ministério da Defesa e do Comando Geral das Forças Militares (CGFFMM), assume a educação naval como um dos apoios fundamentais para o cumprimento da missão constitucional, buscando o pleno desenvolvimento do recurso mais importante: seu capital humano (Armada Nacional de Colômbia, 2016). A fim de cumprir as políticas educacionais emitidas pela MDN e pela Marinha Nacional, bem como para melhorar o desempenho dos membros da tripulação a bordo das unidades da Marinha Nacional para se tornar uma Marinha de projeção e influência regional, este documento procura propor os fatores educacionais geopolíticos e estratégicos para se tornar uma Marinha de projeção e influência regional.
Palavras-chave: Estratégia Militar, Geopolítica, Influência, Educação.
Introdução
No desenvolvimento político, econômico e militar de qualquer Estado, a estratégia utilizada para a criação, manutenção e uso de seus interesses sempre se destaca. Mas se é uma potência marítima, é o sucesso de sua estratégia marítima que determinará seu curso (Britto, 2000). A Colômbia, como uma nação com projeção oceânica direta para os cinco continentes, tem a oportunidade de estruturar Interesses Marítimos Nacionais que integram todos os interesses, esforços e forças (Rengifo, 2008). Esses interesses marítimos são uma oportunidade para fortalecer todo o desenvolvimento marítimo nacional.
Embora seja verdade que a consciência marítima de um povo é o único mecanismo que permite a um Estado costeiro tornar-se uma potência marítima, este processo não pode ser alcançado sem antes definir e aceitar que o mar é “o meio” para o desenvolvimento do presente e do futuro. A aceitação desta premissa só é possível se uma grande massa crítica estiver convencida disso e reconhecer que não é apenas mais uma iniciativa, mas, pelo contrário, é a única maneira de evitar ser deixada para trás diante dos complexos processos trazidos pela globalização (Till, 2007).
O Estado colombiano fez progressos significativos para o desenvolvimento de políticas públicas em espaços oceânicos, costeiros e insulares através da proteção e conservação do ambiente marinho, seus recursos naturais e biodiversidade, com o apoio da Comissão Colombiana do Oceano (CCO) e da Política Nacional do Oceano e Espaços Costeiros (PNOEC) onde a sustentabilidade é promovida (Comissão Nacional do Oceano), 2018), além disso, é necessário exaltar a inclusão dos oceanos no Pacto NDP 2018-2022 para a Colômbia, Pacto pela Eqüidade como um ativo estratégico para o desenvolvimento do país, que é a primeira vez que um plano de desenvolvimento nacional leva em conta os oceanos como um ativo estratégico da Nação e como um motor de crescimento e eqüidade. (Departamento Nacional de Planejamento, 2020)
O mar tem sido um protagonista no desenvolvimento de todas e cada uma das grandes potências ao longo da história, Colômbia a partir de 31 de março de 2020 por meio do Conselho Nacional de Política Econômica e Social 3990 que se refere a “Colombia Sustainable Bioceanic Power 2030”, definiu seus interesses marítimos e as linhas de ação em que procura impactar os principais setores marítimos da nação, incluindo a educação marítima, bem como sua natureza prospectiva e estratégica, que procura posicionar os oceanos como fator de desenvolvimento sustentável e a criação, manutenção, emprego, proteção e promoção dos interesses marítimos da Colômbia na agenda pública nacional.
Os diferentes governos nos últimos 20 anos criaram políticas públicas nacionais relativas a tudo relacionado aos interesses marítimos, começando com a Política Nacional Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável dos Espaços Oceânicos e Zonas Costeiras e Insulares da Colômbia (PNAOCI), depois com a Política Nacional para os Espaços Oceânicos e Costeiros (PNOEC) e felizmente em 2020 o Conselho Nacional de Política Econômica e Social (CONPES) criou um documento onde são propostas estratégias e ações para transformar a Colômbia em uma potência bio-oceânica sustentável até o ano 2030, que está alinhada com o Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pelas Nações Unidas, todas essas políticas públicas estão alinhadas com um fator relacionado à educação marítima, que precisa ser reforçado com a determinação de fatores geopolíticos e educacionais estratégicos que permitam que os mares e áreas costeiras sejam conhecidos não apenas em sua realidade geográfica, sua realidade histórica e sua realidade cultural, mas também na grande variedade de possibilidades produtivas e de desenvolvimento de atividades econômicas a serem consideradas como uma alternativa real para o desenvolvimento.
A Marinha Nacional da Colômbia contemplou em sua organização funcional e estratégica projetar-se como uma Marinha de projeção e influência regional (Armada Nacional de Colômbia, 2020), com uma força defensiva oceânica, garantidora dos interesses marítimos da Nação e com capacidade para realizar operações de Segurança Marítima na Zona Econômica Exclusiva e Guerra Naval nos teatros de operações estabelecidos, servindo como apoio à política externa do governo nacional, além de contribuir para o desenvolvimento tecnológico, científico, social e econômico da Nação. Esta visão contempla o uso de meios disponíveis, unidades marítimas e fluviais, e estes meios, por sua vez, requerem pessoal treinado para mantê-los e operá-los. Para este fim, e a fim de satisfazer os avanços e a disponibilidade de novos meios tecnológicos e Unidades Navais, são apresentados alguns fatores geopolíticos e educacionais estratégicos a serem levados em conta para ser uma Marinha de projeção e influência regional.
A evolução da Profissão Militar até as Escolas de Treinamento da Marinha Nacional.
Segundo Huntington (1995), a forma moderna da profissão militar apareceu pela primeira vez na Prússia no início do século XIX, em 6 de agosto de 1808, quando foi emitido o decreto para a designação dos Oficiais do Exército Prussiano e, nessa época, a profissão militar foi institucionalizada. Para García (2003), o surgimento da moderna forma de carreira militar ocorreu em 1875 nos EUA quando o General Sherman encarregou o General Emory Upton de organizar uma força militar baseada na seleção por mérito, que seria treinada em centros especializados e com um sistema de promoções e aposentadorias.
Por sua vez, o pensamento estratégico militar que se desenvolveria nos conflitos e guerras permanentes que ocorreram nos reinos e nações emergentes da Europa e da Ásia durante os séculos XIX e XX seria baseado nos conceitos de vários pensadores, incluindo Clausewitz (1832), um general prussiano, seu livro “On War” oferece uma visão global do conflito militar usando novos termos como economia de forças, guerra como um duelo em uma escala mais ampla, relações civil-militares, “Guerra é a continuação da política por outros meios” e “Guerra é a continuação da política por outros meios”. Para ele, toda organização requer um cuidadoso planejamento estratégico no qual as decisões devem ser científicas e não simplesmente intuitivas. De acordo com Chiavenato (2000) “o gerente deve aceitar a incerteza e planejar de forma a minimizá-la”.
Na América do Sul, a evolução da carreira militar anda de mãos dadas com a independência dos países da monarquia espanhola, os exércitos do período da independência serão regidos por decretos que serão ditados nas repúblicas nascentes, por estas razões o Exército foi criado pela primeira vez antes da República. Na marinha, a influência mais notória foi a britânica. A transformação mais profunda das Forças Armadas Colombianas ocorreu há um século, em 1907, sob o governo do General Rafael Reyes, onde duas tarefas fundamentais foram destacadas: a organização de uma Força Armada de caráter nacional e a profissionalização das Forças Armadas através da criação da Escola Militar do Exército, da Escola Naval Nacional e da Escola Superior de Guerra.
A Constituição Política da Colômbia de 1991, como a mais alta lei regente das diretrizes legais do país, contempla e define no Artigo 2, que trata dos propósitos essenciais do Estado, e também contempla os parâmetros de Segurança e Defesa, criando legalmente, de acordo com o Artigo 217, as Forças Armadas da Colômbia “terão como propósito primordial a defesa da soberania, a independência, a integridade do território nacional e a defesa do território nacional”, independência, integridade do território nacional e ordem constitucional”, para a Defesa do Estado Moreno (2005), a missão da Marinha Nacional não é viável sem o desenvolvimento de operações navais, que além disso permitem uma maior presença, projeção regional e dissuasão (Colômbia, 2015), operações navais que se baseiam no trabalho diário realizado por suas tripulações.
Esta alta demanda requer educação e treinamento militar permanente em serviço à pátria, que deve ser complementada com treinamento acadêmico de qualidade para cumprir sua missão. Com relação ao perfil militar, John Cope (1988) aponta que os militares têm as seguintes características:
É um grupo humano, orientado por uma doutrina e especializado no manuseio de tecnologia complexa; caracteriza-se pelo manuseio de coerência, esprit de corps, uma hierarquia igualitária de valores e um alto respeito pelos símbolos patrióticos e institucionais. Geralmente tem um programa educacional comum, projetado e dirigido pelo próprio grupo, e tem uma carreira estruturada definida por suas diretrizes internas. Suas funções são específicas e não podem ser praticadas livremente em qualquer lugar ou em qualquer país (ao contrário de outras profissões). É a profissão mais multifacetada que existe: durante uma carreira pode-se ser um comandante, um gerente de recursos, um combatente, um estudante, um professor, um diplomata, um acadêmico. Em alguns casos, várias dessas atividades podem ser realizadas simultaneamente.
Em termos de formação acadêmica, o perfil destaca o fato de que os membros da tripulação da Marinha Nacional devem ter um programa educacional comum, concebido e dirigido pelo próprio grupo, que responda às funções estipuladas em uma carreira estruturada e definida por suas diretrizes internas.
Atualmente, os colombianos vivem e valorizam permanentemente a segurança e o significado do que um militar representa como um valor precioso, que pode ser confirmado de acordo com os resultados da pesquisa sobre a favorabilidade das Forças Armadas Colombianas, de acordo com Gallup (2020), sobre a favorabilidade das Forças Armadas Colombianas no século 21, entre 2000 e 2020, que pode ser encontrada no Gráfico 1.
Gráfico 1 Resultados da pesquisa sobre Favourabilidade das Forças Militares 2000-2020
Segundo a pesquisa, pode-se avaliar que as Forças Militares têm gozado da confiança das pessoas para quem trabalham, que é a base de seu valor mais precioso, a legitimidade. O ambiente de segurança gerado pelas Forças Militares assegura o desenvolvimento e o progresso econômico, como resultado de seu trabalho eficaz e eficiente para manter a paz no território nacional. No mesmo sentido, García (2003), referindo-se ao texto sobre os militares modernos, salientou: “Todas estas mudanças delinearão a médio prazo um profissional militar mais técnico e prático, sem tantos laços formais quando se trata do exercício de sua profissão. Além disso, ele ou ela será capaz de comando flexível, dinâmico e rápido. Por outro lado, a entidade oficial na Colômbia responsável pelo planejamento, coleta, processamento, análise e divulgação de estatísticas é o Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas (DANE), que em seu relatório de maio de 2020 sobre os resultados da pesquisa sobre a cultura da política em termos de confiança em todas as instituições na Colômbia, mostra que as Forças Militares são a entidade em que os colombianos mais confiam, como pode ser visto no Gráfico 2.
Gráfico 2 Resultados da pesquisa do DANE sobre a Cultura da Política em Termos de Confiança – Maio de 2020
O treinamento tradicional da Marinha Nacional que os tripulantes têm recebido nas Escolas de Treinamento, deve ser enriquecido com a preparação e treinamento para os cargos especiais que lhes permitem assumir as novas funções externas que a realidade geopolítica e a globalização impõem; e que, no caso colombiano, não só deve ser realizado nos termos e durante o período do conflito interno, mas pode aumentar no chamado período pós-conflito, já que, como afirma Diamint (2007):
…Os oficiais não devem saber apenas como travar a guerra. Eles também devem saber como estabelecer a paz: restaurar ou estabelecer o Estado de direito, fazer com que as instituições funcionem, acompanhar a reconstrução econômica. Aprofundar o treinamento de pessoal uniformizado para as tarefas de cooperação civil-militar não implica desconsiderar o treinamento tradicional de homens de armas.
A Marinha colombiana tem o desafio e o compromisso de adaptar suas instituições de segurança e defesa às exigências da realidade do país. Em que o tipo de educação seria caracterizado por ser crítica, casuística, deliberativa, dinâmica, flexível e aberta, permitindo-lhe aprender e aplicar seu aprendizado em um mundo interdependente e em constante mudança, com o objetivo de alcançar influência regional de acordo com fatores geopolíticos e educacionais estratégicos para ser uma Marinha com projeção e influência regional.
Na Marinha da Colômbia, as Escolas de Treinamento são as unidades encarregadas de treinar os tripulantes nas matérias relacionadas com os navios e as unidades onde eles exercerão sua profissão. O ato educacional e a abordagem pedagógica dos programas das Escolas de Treinamento estão centrados na aprendizagem, de acordo com as diretrizes estabelecidas no modelo pedagógico da Marinha da República da Colômbia para as Escolas de Treinamento. Consequentemente, os professores dos programas baseiam sua atividade de formação na aplicação do método tradicional, onde o papel do professor e a repetição enfatizam a formação através da vontade, o rigor da disciplina e a imitação do ideal proposto como padrão; no qual os alunos são receptores do conteúdo e a avaliação é um reprodutor do conhecimento no final da unidade que procura verificar a recepção das informações dadas.
Os fatores geopolíticos e as estratégias educacionais são uma marinha de projeção e influência regional.
A determinação dos fatores geopolíticos e estratégicos para ser uma Marinha de projeção e influência regional foi baseada na identificação de uma definição de uma Marinha Média de Projeção Regional, levando em conta Alonso e Gómez (2014), que é o controle adequado dos espaços marítimo, fluvial e terrestre, através de suas capacidades, para cumprir suas múltiplas funções; como resultado de um justo equilíbrio entre o tamanho da força e sua capacidade de desdobrá-la nestes espaços, de modo que estamos em pé de igualdade com os países de nosso ambiente regional, ainda mais se considerarmos nosso status de país bio-oceânico.
Gráfico 3: Posicionamento Comparativo da Marinha Nacional
Tomando como ponto de partida o Gráfico 4. O posicionamento comparativo da Marinha colombiana em 2014, que corresponde a uma pequena marinha com baixa presença e influência regional, mas com um nível intermediário de capacidade de defesa de acordo com o modelo de caracterização das marinhas no mundo pelo Professor Eric Grove (PhD) (1990), e levando em conta a visão da Marinha Nacional em 2042, na qual se deseja estabelecer capacidades e meios futuros de acordo com o Gráfico 5 em uma Projeção de Força Regional Média da Marinha, com um alcance de até 200 milhas náuticas que lhe permitirá ter uma presença e influência regional.
Gráfico 4 Visão da Marinha colombiana até 2042
Os principais fatores geopolíticos e estratégicos são estabelecidos de acordo com a Tabela 1, que não são apresentados em ordem de importância ou em ordem hierárquica, levando em conta que todos eles se complementam e buscam sinergia para alcançar o objetivo estratégico, como segue
Tabela 1. Comparação de Fatores Geopolíticos e Estratégicos nas Marinhas de Médio Porte de Projeção Regional
- Cooperação internacional, influência positiva para a região e resposta de assistência a eventos catastróficos.
Contextualizando o assunto, e para abordá-lo de diferentes pontos de vista, é muito importante lembrar que a cooperação entre os atores do sistema internacional levanta diferentes perspectivas, que se baseiam em um ambiente muito volátil, incerto, complexo e freqüentemente ambíguo.
É também muito importante ressaltar que não existem teorias de cooperação internacional para explicar teorias de relações internacionais; pelo contrário, existem teorias de relações internacionais para distinguir, observar e compreender a cooperação entre os atores do sistema internacional. Portanto, na presente análise, aproveitarei a oportunidade para apresentar 02 teorias de relações internacionais, a fim de estabelecer diferentes posições sobre as possibilidades de cooperação como uma marinha de médio porte com projeção regional.
Em primeiro lugar, dentro dos argumentos que atualmente prevalecem mundialmente com a influência regional estão os postulados do pai da Escola Realista de Relações Internacionais, Hans Morguentau (1904-1980), de acordo com Barbe (1987), a cooperação internacional é um meio para que o provedor detenha o poder e a influência e estabeleça uma esfera de controle nesses estados ou áreas de interesse, a cooperação internacional é um meio de influência e poder longe dos interesses solidários, buscando uma cooperação vertical e alcançando o respectivo apoio ideológico, político e/ou econômico.
Por outro lado, entre os argumentos que prevalecem na Colômbia em relação à cooperação internacional estão as políticas históricas de cooperação internacional da Colômbia, tais como a convicção no multilateralismo e a estrita adesão ao direito internacional, para a construção de uma ordem internacional equitativa e baseada em regras, bem como a importância para a Colômbia da ONU e da OEA na política externa colombiana, a fim de influenciar as decisões globais e regionais, Para isso, tomo os postulados de Ernst Hass no Construtivismo das Relações Internacionais, onde ele afirma, segundo Oyarzún (2008), que a cooperação se baseia em aspectos de solidariedade, se existem razões morais e solidárias para a cooperação internacional por parte dos atores do sistema internacional, sem que o principal motivo seja o poder e a influência de um sobre o outro.
- Globalização: Tornar o país visível e presente na ordem marítima.
A Marinha Nacional deve enfrentar as mudanças implícitas por um mundo cada vez mais globalizado com diversas demandas para a resolução de conflitos e, portanto, deve estar preparada para responder a elas. Da mesma forma, deve fornecer a seus tripulantes as ferramentas para prepará-los para manter os padrões internacionais em diferentes áreas, que são eficientes, eficazes e eficientes no serviço da Marinha e de seu país.
A Marinha colombiana tem uma visão mais aberta e internacional e compartilha semelhanças em termos de uniformes, símbolos e tradições ancestrais, que vão além de suas próprias tradições nacionais. De acordo com Nye (2004), um estado pode ganhar a influência que deseja porque outros estados escolhem seguir seu caminho, admirando
Ele também distingue dois poderes (soft e hard), mas insiste que no contexto da globalização e do conhecimento, o soft power se torna mais importante, entendendo este soft power como “A forma indireta de obter o que você quer foi às vezes chamada: a segunda face do poder” (p.5), a importância do soft power para que outros estados realizem o que meus interesses nacionais são projetados em outro estado.
A intervenção da Marinha colombiana no terremoto do Haiti, com a chegada do primeiro navio em apoio logístico a uma catástrofe tão infeliz, é um exemplo de referência da excelente gestão e planejamento estratégico da Marinha Nacional, que deve estar continuamente preparada para assumir as exigências feitas pelas nações que requerem sua ajuda ou cooperação, além de sua influência na participação de operações internacionais como UNITAS, Panamax, Bracolper, Deus Tricoleurs, DESI, RIMPAC, Jamaica Exchenge, ORION e as expedições científicas à Antártica.
- Condição Geográfica
A Colômbia tem um grande potencial de posicionamento geopolítico na esfera marítima graças a fatores como sua localização geográfica, sua configuração física e a existência de grandes recursos naturais. Em primeiro lugar, sua localização geográfica faz dele um país bioceânico, e também permite que seja o ponto de conexão com a América Central, e sua proximidade com o Canal do Panamá lhe dá acesso às linhas marítimas mais importantes do mundo que passam pelo Istmo, gerando um nível favorável de conectividade marítima. Em segundo lugar, sua configuração física obrigou-o a desenvolver seu comércio exterior por mar, tornando-se o quarto país da América Latina e do Caribe em termos do número de TEU mobilizados em 2020 (CEPAL, 2020).
E finalmente, a existência de uma ampla biodiversidade faz dela um dos poucos países com mais de 40 espécies marinhas como baleias, cachalotes, baleias bicudas, golfinhos marinhos, 6 das 7 espécies de tartarugas existentes no mundo e um grande número de recifes de coral que se encontram na reserva da biosfera
Reserva da Biosfera Seaflower. Além de ter um extenso ecossistema de manguezais nos trópicos, é um habitat para peixes e crustáceos, uma área de nidificação para aves e um refúgio para répteis e anfíbios. Ela também tem a capacidade de capturar cinco vezes mais carbono que outras florestas tropicais, o que a torna importante para controlar os gases de efeito estufa, além de servir como filtro para sedimentos e contribuir para melhorar a qualidade da água; mas em termos de ameaças futuras, a relação mais importante entre manguezais e humanos está em sua capacidade de proteger a costa da erosão e de desastres naturais (National Geographic, 2020).
- Desenvolver e proteger os interesses marítimos do controle dos manguezais.
Isto se refere à proteção de todos os bens e atributos políticos, econômicos, sociais e militares do mar que um Estado considera úteis e desejáveis de explorar e proteger. Ela se materializa na proteção dos interesses marítimos na superfície do mar, através do transporte, comércio marítimo, turismo marítimo, esportes e recreação; no interior do mar através da pesca, aquicultura e energia; no fundo marinho, através da mineração submarina, recursos geológicos; no subsolo do mar, através dos recursos energéticos; na costa, através da indústria naval e dos portos.
Esta proteção dos interesses marítimos deve ser acompanhada por um desenvolvimento no contexto internacional, para o qual é importante tomar como um precedente o que Nye (2002) ratificou, “Symply put, power is the ability to effect the outcomes you want, and if necessary, to change the behaviour of others to make this happen” (p.4), o que pode ser evidenciado na capacidade de um Estado de influenciar outro Estado, o que é determinado fazendo com que os desenvolvimentos dos interesses marítimos que estão sendo implementados por um Estado apareçam no outro Estado.
- Governança marítima
O Estado colombiano deveria propor, entre as estratégias dos Planos Nacionais de Desenvolvimento, a descentralização para as regiões como alternativa para alcançar um Estado Unitário, eqüitativo e justo, no qual as regiões mais atrasadas tenham a capacidade de desenvolver políticas públicas de acordo com suas realidades marítimas, os desafios atuais e o uso estratégico de sua posição geográfica, a fim de alcançar um país que se posicione na região como um ator determinante.
Para entender o impacto dos Planos Nacionais de Desenvolvimento, é relevante entender que a Colômbia é um país centralizado, de tal forma que os recursos e políticas definidos em nível central ou nacional são responsáveis por facilitar o orçamento e delimitar as estratégias marítimas que precisam ser realizadas nos territórios para cumprir os objetivos delineados nas regiões marítimas. Em outras palavras, as ações regionais estão sujeitas às decisões do nível central.
- Inovação para alcançar a auto-suficiência tecnológica e o duplo emprego da indústria marítima.
Alcançar o desenvolvimento tecnológico naval em sinergia com o desenvolvimento marítimo e o emprego duplo de meios, proporcionando as condições para o desenvolvimento da indústria naval, a criação de emprego de qualidade, o desenvolvimento das indústrias associadas ao setor e a exportação de produtos de alta tecnologia para marinhas de outros países, mas fundamentalmente para estar na vanguarda dos desenvolvimentos tecnológicos que permitem à Marinha Nacional estar na cena mundial onde marinhas estratégicas estão presentes.
O acima exposto, reconhecendo a importância da inovação e da criação para a elaboração de nossas próprias idéias de produção, tecnologia e indústria, com o objetivo de criar nosso próprio desenvolvimento tecnológico naval e ter a oportunidade de intervir mais adequadamente na geopolítica da região.
Conclusões
Rever, ajustar, validar e divulgar os fatores geopolíticos e estratégicos propostos para ser uma Marinha de projeção e influência regional, a fim de mostrar evidências de melhoria contínua na estrutura organizacional das Escolas de Treinamento, bem como para fortalecer o Novo Modelo de Educação da Marinha Nacional – MEDAR 18, com a assimilação do papel de liderança das Escolas de Treinamento na geração de doutrina que pode ser exportada e utilizada como meio de influência na região, Por outro lado, é necessário definir e propor novos parâmetros de avaliação, medição e comparação não apenas em nível nacional, mas também internacional, com escolas de treinamento militar de pares no contexto nacional, regional e global, a fim de definir uma nova liderança naval rumo à consolidação de uma potência média regional com a educação naval como um meio.
Contribuir para o Sistema Educacional das Forças Armadas Colombianas apresentando os fatores geopolíticos e estratégicos validados para ser uma Marinha com projeção e influência regional à Escola Superior de Guerra e aos chefes encarregados da educação no Exército Nacional e na Força Aérea Colombiana, com o objetivo de identificar fatores comuns que possam chegar a um consenso na projeção dos interesses das Forças Militares a serem influentes na educação em nível regional, bem como tornar visível para o Ministério da Educação Nacional a importância da educação marítima como um elemento estratégico da nação.
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