Diálogo se reuniu com o Coronel Mario Adalberto Figueroa Cárcamo, chefe do Estado-Maior Geral do Exército (EMGE) de El Salvador, durante uma visita às instalações do quartel-general do EMGE em São Salvador, onde falou sobre seus desafios, o trabalho interagencial e o papel do Exército na segurança do cidadão.
Diálogo: Qual o desafio mais importante que o senhor teve como comandante em chefe do Exército de El Salvador?
Coronel Mario Adalberto Figueroa Cárcamo, chefe do Estado-Maior Geral do Exército de El Salvador: O Exército representa 80 por cento dos efetivos da Força Armada de El Salvador (FAES); por isso, para mim, os desafios se concentram em poder elevar o nível de alistamento operacional das tropas através do adestramento individual e coletivo, apoiar a segurança pública e conseguir melhorar e adquirir equipamentos técnicos para o desenvolvimento das diferentes atividades.
Diálogo: Que tipo de trabalho interagencial o Exército realiza através do Estado-Maior Conjunto?
Cel Figueroa: O enfoque atual é o Plano de Controle Territorial, do qual participam a FAES, a Polícia Nacional Civil (PNC), a Procuradoria e o Ministério da Justiça, para apoiar a segurança pública e derrotar as ações criminosas das quadrilhas. Nós também coordenamos com as diferentes instituições para prestar assistência durante desastres naturais, como incêndios florestais, terremotos e outros.
Diálogo: Como o Exército apoia as ações do Plano de Controle Territorial?
Cel Figueroa: Oitenta por cento de nossas tarefas estão focadas no apoio ao plano nas diferentes frentes. Por exemplo, contamos com o Plano Armagedom, onde nossos militares acompanham os membros da PNC nos 25 municípios onde existem os mais altos índices de criminalidade e homicídios, de acordo com o plano no território nacional. As equipes de patrulhamento são formadas por quatro membros [três soldados e um da PNC] e temos oficiais e graduados que acompanham as diferentes operações conjuntas.
Nosso Comando Especial Antiterrorista, especializado no combate às quadrilhas e ao narcotráfico, apoia o plano através de operações conjuntas com a PNC visando objetivos específicos, como indivíduos com mandado de prisão ou elementos incluídos na lista dos mais procurados. O plano mostrou resultados efetivos na medida em que a população se sente protegida e mais segura, o número de homicídios diminuiu e territórios dominados pelas quadrilhas foram recuperados.
Diálogo: Existe a possibilidade de que os membros das quadrilhas fujam do país para escapar das operações do Plano de Controle Territorial?
Cel Figueroa: Alguns membros de quadrilhas e criminosos fugiram do país por se sentirem acossados pelas forças militares e pela PNC e o fazem por pontos cegos da fronteira terrestre. No entanto, temos o Comando Sumpul, que monitora as passagens nas fronteiras não habilitadas para reduzir e evitar o tráfico de drogas, de armas e de mercadorias ilegais.
Diálogo: Em que missões de paz das Nações Unidas está envolvido o Exército?
Cel Figueroa: Contamos com aproximadamente 337 membros nas missões de paz. Temos o Contingente FINUL, destacado no Líbano, os Contingentes Torogoz e a Unidade de Aeródromo com Assistência em Terra, em Mali, e a Unidade Aérea de Helicópteros está se preparando para seu destacamento na Missão das Nações Unidas de Estabilização da República Democrática do Congo.
Diálogo: Como as operações de informação colaboram para o cumprimento das diferentes missões do Exército?
Cel Figueroa: As operações de informação nos ajudam a manter uma aproximação com a população civil. Essa aproximação gera confiança através das relações civis-militares, pois mostramos aos cidadãos as ações que realizamos em seu benefício e, com a ajuda das Forças Armadas dos Estados Unidos, construímos escolas, estradas, poços de água etc.
Nós também utilizamos as redes sociais para nos aproximarmos das comunidades e fazer com que elas conheçam nossas atividades.