O Exército Brasileiro (EB) é o responsável por conduzir o 35º ciclo de trabalhos da Conferência dos Exércitos Americanos (CEA), um órgão militar internacional constituído e liderado por exércitos dos continentes americanos. Neste biênio 2022/2023, o tema será a contribuição da CEA no processo de transformação e preparação do Exército do Futuro, para a ampliação da cooperação e integração no enfrentamento dos desafios e ameaças que possam afetar a segurança e estabilidade do continente americano.
O General de Divisão Alcides Valeriano de Faria Júnior, do EB, secretário geral da CEA, explicou à Diálogo que o tema definido para o biênio é uma orientação geral para especificar com profundidade e flexibilidade quais serão os assuntos de interesse comum. “É ele que dá a direção para o planejamento e a execução das operações da CEA no ciclo correspondente”, explicou. “Esse tema será abordado durante o ciclo da Conferência dos Comandantes, embora sua análise, tratamento e desenvolvimento terão lugar durante todos os eventos do ciclo”, acrescentou o Gen Div Alcides.

Agenda de trabalhos
O 35º ciclo de trabalhos da CEA já está com seis Conferências Especializadas agendadas para o biênio 2022/2023. A primeira será no México e terá como eixo motivador “Os Processos de Transformação dos Exércitos da CEA, objetivos e perspectivas”, de 23 a 27 de maio de 2022; a segunda será nos Estados Unidos e tratará de “Interoperabilidade e Planejamento Estratégico”, de 11 a 15 de julho de 2022; a terceira terá como tema: “A CEA no Contexto de Segurança e Defesa Cibernética”, e acontecerá de 7 a 11 de novembro de 2022, na Argentina.
Em 2023, as atividades serão iniciadas na Guiana com a conferência “Equilíbrio entre recursos disponíveis, novas tecnologias e oportunidades comerciais”, de 13 a 17 de fevereiro; a Nicarágua receberá a conferência no período de 17 a 21 de abril, com o tema: ”Os desafios em segurança e defesa no século XXI”; e, encerrando o 35º ciclo, será realizada a conferência sobre “Processos de modernização e desenvolvimento das novas doutrinas”, de 12 a 16 junho de 2023, no Chile.
“Além das Conferências Especializadas, o EB propôs a criação de quatro Comitês de Estudos Especializados, com a participação voluntária de militares estrangeiros do Chile, dos Estados Unidos, do Equador e da Guatemala, que estarão durante todo o ciclo no Brasil”, antecipou o Gen Div Alcides. “Os temas trabalhados serão: Interoperabilidade; Inteligência; Ciência e Tecnologia; e Ensino e Preparo. A CEA proporciona um processo permanente e contínuo de integração e de intercâmbio acadêmico, além do aumento de contatos bilaterais/multilaterais entre os exércitos participantes e constituindo um apoio para o cumprimento dos objetivos da organização”, acrescentou.
O EB assumiu a presidência em uma solenidade realizada no início de novembro de 2021 no Colégio Militar de La Nación, em Buenos Aires. Na oportunidade, o comandante do EB, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, recebeu do então comandante do Exército da Argentina, General de Divisão Agustín Humberto Cejas, a chefia da conferência.
A CEA foi criada em 1960. Sua presidência é exercida de maneira rotativa, e o Brasil foi sede do evento nos anos de 1968, 1994 e 2006. Os atuais membros da conferência são Antígua & Barbuda, Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad & Tobago, Uruguai e Venezuela, além da participação da Conferência das Forças Armadas Centro-Americanas e da Junta Interamericana de Defesa como organismos militares observadores. Os exércitos de Belize, Guiana e Suriname atuam como observadores, e o da Espanha participa como observador especial.