Quando ocorre um desastre, muitos fatores podem estar em jogo, pois diferentes agências e organizações tentam responder. De socorristas de emergência a organizações não governamentais, forças militares e públicas, todos querem estender uma mão para ajudar.
No entanto, esses componentes nem sempre dispõem das capacidades adequadas, ou simplesmente podem não ter acesso às informações corretas para saberem que capacidades devem ser empregadas, razão pela qual os cenários de treinamento são tão importantes. Eles aumentam a interoperabilidade e facilitam a comunicação entre os diversos socorristas, com o objetivo de preparar os participantes para potenciais situações contingenciais que possam ocorrer no futuro.
Os militares da Força-Tarefa Conjunta Bravo (JTF-Bravo, em inglês) e das forças panamenhas se reuniram em um treinamento de resposta de emergência e assistência humanitária na província de Darien, Panamá, entre os dias 3 e 10 de dezembro, para aprimorar as capacidades expedicionárias e de prontidão, durante um exercício conjunto e combinado chamado Mercury. Em meio à densa floresta e remotas condições de campo, mais de 100 participantes dos EUA trabalharam junto com seus anfitriões panamenhos para responder a um desastre causado por uma enchente simulada, que ocorreu após um furacão – um cenário totalmente plausível na região.

O objetivo do exercício de baixo custo era simples: permitir que os participantes aprendessem juntos, à medida que realizavam o destacamento do exercício e a operação da Equipe de Avaliação Situacional do SOUTHCOM (S-SAT, em inglês), – os olhos e ouvidos do Comando Sul dos EUA –, como a primeira equipe em terra a chegar a um país afetado por um desastre. A S-SAT é uma equipe de capacidades múltiplas que pode se mover rapidamente para uma área afetada e determinar a situação no local durante uma catástrofe ou uma crise.
“Temos a capacidade de chegar rapidamente à área afetada e reunir informações por terra ou através de imagens de satélite para avaliar os danos e, dessa maneira, traçar um curso de ação que possa ajudar a mitigar a ocorrência”, disse o Capitão do Exército dos EUA Juan Ariel Torres, engenheiro da JTF-Bravo e participante do exercício. “Nós coordenamos com os demais engenheiros do Exército dos EUA e das nações parceiras para levar as capacidades necessárias para responder de uma maneira eficiente.”
As equipes da S-SAT incluem engenheiros, especialistas em logística e comunicações, analistas de inteligência, pessoal médico e outros componentes que analisam e avaliam a situação em uma região afetada para aconselhar as lideranças seniores e os tomadores de decisões sobre a resposta correta a uma crise. Trabalhando em conjunto com a nação anfitriã, dizem o que é e o que não é necessário e determinam que capacidades estão prontamente disponíveis.
Para o Exercício Mercury, a S-SAT trabalhou junto com diversas agências panamenhas, tal como fariam em um evento real. Uma dessas agências, a SINAPROC , corresponde, no Panamá, à Agência Federal de Gestão de Emergências dos EUA.
“O exercício foi muito bem-sucedido”, disse Ariel Martinez, diretor provincial da SINAPROC em Darien. “O mais importante que vimos foi que foi realizada uma entrega real de ajuda e como eles foram capazes de chegar rapidamente a comunidades distantes, que são de difícil acesso para nós, devido à falta de equipamentos para mobilizar-nos a essas áreas remotas. Trabalhamos com [outras agências tais como] SENAFRONT [Serviço Nacional de Fronteiras], SENAN [Serviço Nacional Aeronaval] e JTF-Bravo, para ver como os recursos são canalizados para levar a resposta correta às populações necessitadas. Se trabalharmos juntos, é mais fácil responder.”
O cenário do treinamento constava de uma enchente em Darien, afetando várias comunidades adjacentes onde as equipes e os suprimentos necessários só podem chegar rapidamente por via aérea, com base em dados históricos sobre como seria um desastre na região.
As comunidades remotas incluíram Alto Limon, El Real, Jacque, La Olla, La Palma, La Union, Meteti, Nazareth, Nicanor Punusa e Tres Bocas, nas quais a equipe da S-SAT foi destacada para avaliar e fortalecer as capacidades do Panamá. Ao mesmo tempo, o 228º Regimento de Aviação do 1º Batalhão (1-228º) transportou carga de assistência humanitária em conjunção com o cenário do exercício que estava sendo executado. Esse exercício aproveitou o trabalho realizado pelo 1-228º com o SENAFRONT no início de 2019.
O 1-228º desempenhou um papel integral e crucial para o sucesso do exercício, coordenando os voos durante a missão, trabalhando com o SENAN do Panamá e facilitando o transporte de carga até os postos do SENAFRONT, tal como poderiam ser chamados a fazer em um evento real, quando o Panamá solicitaria assistência ao SOUTHCOM.
“Houve muita integração entre nós, o SENAN e o SENAFRONT”, disse o Tenente-Coronel do Exército dos EUA Aaron Elliott, comandante do 1-228º. “Muitos de nossos companheiros são integradores essenciais nas células de operação que trabalham com nossas forças diariamente para garantir que a devida carga viaje no voo certo e chegue na localidade correta. Isso nos mantêm prontos para responder a qualquer evento de assistência humanitária ou catástrofe do mundo real.”
O Panamá é um parceiro regional de segurança muito valioso para os EUA e o único país nas Américas com uma central de assistência humanitária, devido à sua proximidade às principais áreas propensas a desastres, tornando-o o lugar perfeito para a execução do Exercício Mercury.