No dia 5 de março de 2020, os Estados Unidos impuseram sanções à Polícia Nacional da Nicarágua e a três altos comissários de polícia pelo que consideraram graves abusos dos direitos humanos contra manifestantes antigovernistas.
“O regime de [Daniel] Ortega utilizou a Polícia Nacional da Nicarágua como ferramenta em sua campanha de violenta repressão contra a população nicaraguense”, disse o secretário do Tesouro dos EUA Steven Mnuchin. “O Tesouro se compromete a responsabilizar aqueles que tentam silenciar as vozes pró democracia na Nicarágua.”
Todos os bens que a polícia ou os três comissários (Juan Antonio Valle Valle, Luis Alberto Perez Olivas e Justo Pastor Urbina) possuem nos Estados Unidos estão congelados e os cidadãos dos EUA estão proibidos de realizar transações comerciais com eles.
O governo de Donald Trump acusa a polícia da Nicarágua de usar munição de verdade contra os manifestantes pacíficos, organizar esquadrões da morte e efetuar matanças arbitrárias e sequestros. Algumas das vítimas eram líderes políticos da oposição.
As manifestações explodiram na Nicarágua em 2018 contra os cortes nos benefícios sociais e logo se transformaram em ira generalizada contra o governo do presidente Daniel Ortega. A oposição acusa Ortega – que já foi um herói esquerdista – de ter se tornado cada vez mais autocrático, como a ditadura que ele ajudou a derrubar em 1979.
Até o momento, ele se recusa a renunciar ou a antecipar as eleições.
Grupos de direitos humanos dizem que a investida da polícia contra os manifestantes já matou mais de 300 pessoas, um número que as autoridades nicaraguenses contestam.