Os laços entre o Exército de Libertação Nacional (ELN), as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e a Venezuela são fortalecidos pela falta de controle nas fronteiras e pela corrupção no país, segundo um relatório sobre terrorismo do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
“As fronteiras porosas [da Venezuela] ofereceram um ambiente permissivo” para os grupos que os EUA classificam como “terroristas”, mostrou o relatório, baseado em informações coletadas pelo governo dos EUA em 2018.
Os laços financeiros entre os dissidentes das FARC, o ELN e outros grupos paramilitares “facilitaram a corrupção pública e os esquemas de subornos a funcionários do governo venezuelano e membros das forças armadas”, de acordo com o relatório do Departamento de Estado, publicado no dia 1º de novembro de 2019.
Segundo o governo dos EUA, houve denúncias de cooperação entre os dissidentes das FARC e o ELN nas “áreas de postos de controle das estradas, distribuição de comida subsidiada, recrutamento de comunidades indígenas” e tráfico ilegal de entorpecentes e ouro.
O relatório também afirma que pessoas ligadas aos grupos guerrilheiros, como os “partidários” e simpatizantes do grupo libanês Hezbolá, classificado como terrorista pelos EUA, estão presentes na Venezuela.
Sobre esse último, o relatório também especificou que o grupo “continuou sua longa história de atividade” na região, incluindo o uso de agentes financeiros que operam na zona fronteiriça entre Argentina, Brasil e Paraguai.
Quanto à Colômbia, o relatório ressaltou que o país viveu um “modesto aumento da atividade terrorista”, principalmente pelos desafios à segurança em áreas que as FARC abandonaram, como parte do acordo de paz de 2016.
De acordo com o relatório, entre 1.000 e 1.700 indivíduos, que “nunca se desmobilizaram ou que abandonaram o acordo de paz”, continuam praticando “atividades criminosas” ou terroristas, “particularmente em regiões de fronteira e áreas previamente controladas pelas FARC”.