Em uma entrevista à Voz da América, a porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Morgan Ortagus, disse que é necessário que mais países da região declarem o Hezbollah como uma organização terrorista. Ortagus garantiu que o regime de Nicolás Maduro dá “um refúgio seguro” aos integrantes do Hezbollah.
Há duas décadas o governo dos EUA classificou o grupo Hezbollah como uma organização terrorista, mas na América Latina essa é uma tendência recente. Argentina e Paraguai o fizeram em 2019 e a Colômbia e Honduras aderiram em janeiro de 2020.
“Isso é realmente importante, porque existe um grupo terrorista respaldado pelo Irã em nossa região. As pessoas pensam que a ameaça do Hezbollah está limitada ao Oriente Médio, mas não é assim. O Hezbollah está na nossa região. É uma ameaça viva e é importante que todos os países da região sigam a iniciativa da Colômbia, da Argentina, bem como de outros, e que designem o Hezbollah como uma organização terrorista, porque nós sabemos que o grupo só tem más intenções para os Estados Unidos e nossos aliados”, explicou Ortagus na entrevista.
Na recente conferência contra o terrorismo em Bogotá, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, foi enfático ao denunciar que o regime de Maduro dá proteção aos operadores do Hezbollah na Venezuela.
“Nós sabemos que Maduro e seus comparsas estão tentando dar um refúgio seguro ao Hezbollah, ao ELN [Exército de Libertação Nacional] e a outras organizações terroristas. Neste momento, estamos concentrados em denunciar o comportamento do regime de Maduro por permitir que o Hezbollah tenha um refúgio seguro e, ao mesmo tempo, nos dedicamos a apoiar Juan Guaidó e todos aqueles que desejam ver na Venezuela o legítimo regresso à democracia”, garantiu a porta-voz do Departamento de Estado.
A designação do Hezbollah como organização terrorista entre os países da América Latina, conforme querem os Estados Unidos, lhes permite congelar os ativos financeiros das pessoas vinculadas ao Hezbollah que transitem pela região.
A porta-voz do Departamento de Estado também mencionou a relação da Rússia com Nicolás Maduro, a qual considera contrária aos interesses dos venezuelanos.
“Eles exercem uma influência nefasta na Venezuela. Não estão ali para apoiar o povo venezuelano. Vejam as atrocidades do regime da Rússia na Síria. Bombardeios generalizados, mortes de civis, isto é o que estamos vendo em Idlib e em outros lugares”, disse Ortagus à VOA.
Ela acrescentou que os Estados Unidos não pretendem impor um governo na Venezuela, mas sim que sejam os próprios cidadãos desse país que escolham seus líderes de maneira livre e sem a interferência da Rússia, dos Estados Unidos ou de qualquer outro país.