Os Estados Unidos anunciaram que oferecerão US$ 15 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, acusado formalmente por tráfico de drogas, disse o secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, no dia 26 de março.
O anúncio da recompensa foi feito logo após o Departamento de Justiça dos EUA revelar os cargos contra Maduro, acusando-o e altos membros de seu regime de “narcoterrorismo”.
“O povo venezuelano merece um governo transparente, responsável e representativo, que atenda às necessidades do povo e que não traia a confiança da população ao perdoar ou empregar funcionários públicos que se envolvam no tráfico ilícito de drogas”, disse Pompeo em um comunicado.
O procurador-geral Bill Barr afirmou que Maduro é um narco-terrorista e o líder de uma gangue de tráfico de cocaína chamada “O Cartel dos Sóis”, que envolve políticos de alto escalão e membros das forças armadas e do poder judiciário venezuelano, incluindo a maior autoridade de justiça do país.
Outras acusações incluem lavagem de dinheiro, tráfico de armas, corrupção e diversos outros cargos criminais. Barr disse que o regime – em conjunto com o grupo de narcotraficantes colombianos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) – enviou de 200 a 250 toneladas de cocaína sob a proteção do governo venezuelano.
As autoridades federais dizem que esta operação ilícita começou em meados dos anos 2000 como um meio de ajudar esse grupo rebelde colombiano, considerado como um grupo terrorista pelos EUA, enquanto o regime enriquecia com subornos suportados pela cocaína.
“Durante mais de 20 anos, Maduro e vários colegas do alto escalão supostamente conspiraram com as FARC, fazendo com que toneladas de cocaína entrassem no país e devastassem comunidades americanas”, disse Barr. “O anúncio de hoje está focado em eliminar a extensa corrupção dentro do regime – um sistema construído e controlado para enriquecer aqueles que estão nos mais altos níveis de poder.”
Outros membros indiciados incluem Diosdado Cabello, chefe da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela; Vladimir Padrino, ministro da Defesa do país; Hugo Armando Carvajal, ex-chefe da inteligência militar; e Maikel Moreno, presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. Foi oferecida uma recompensa de US$10 milhões por informações que levem à prisão de Diosdado Cabello.
Em 2019, as autoridades colombianas alegaram que o regime de Maduro também estava envolvido com o grupo guerrilheiro colombiano de esquerda do Exército de Libertação Nacional. Autoridades dos EUA também disseram que a Venezuela está abrigando e trabalhando com o grupo terrorista Hezbollah, que é apoiado pelo Irã.
O indiciamento de Maduro representa a segunda vez que o governo dos EUA apresentou acusações criminais contra um chefe de Estado estrangeiro. A última vez foi em 1989, quando promotores federais acusaram o presidente panamenho Manuel Noriega de tráfico de drogas. As forças militares dos EUA o prenderam naquele mesmo ano.
Os Estados Unidos e uma série de outros países e organismos internacionais reconheceram Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, como o líder legítimo do país.