O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, se pronunciou no dia 9 de dezembro quanto ao relatório final da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre as eleições presidenciais da Bolívia.
Por meio de um comunicado à imprensa, Pompeo enumerou os pontos fortes da auditoria eleitoral da organização e classificou a evidência encontrada como profissional e avassaladora.
“Os Estados Unidos elogiam o trabalho profissional realizado pela missão de auditoria eleitoral da OEA na Bolívia. A exaustiva investigação apresentada pelos 36 especialistas de 18 nacionalidades atesta que foram adotadas ações deliberadas e dolosas para manipular o resultado das eleições na Bolívia, para favorecer o ex-presidente Evo Morales”, citou o comunicado.
O relatório tem 96 páginas de evidências e mais de 500 páginas com anexos e confirma as descobertas preliminares da OEA. O documento trata das eleições de 20 de outubro, quando Morales supostamente se elegeu no primeiro turno, e inclui dados sobre a existência de dois servidores ocultos usados para processar os resultados, que não foram controlados pelo pessoal do Tribunal Supremo Eleitoral, o qual, segundo a auditoria, facilitou a manipulação de dados e a falsificação das cédulas eleitorais.
Desde o início, o governo dos Estados Unidos respaldou e respeitou a credibilidade dos resultados do relatório da OEA sobre supostas irregularidades nas eleições. Seu comunicado citou alguns dos pontos nele mencionados, como os casos de pelo menos duas cédulas eleitorais preenchidas por uma mesma pessoa em centenas de centros de votação, o que foi comprovado por um especialista em grafologia.
O relatório mostra uma análise matemática que demonstrou que é altamente improvável que o presidente Morales tenha obtido a margem de votos necessária sobre seus oponentes sem que houvesse manipulação dos resultados.
“Considerando o rigor do relatório independente, os Estados Unidos concordam com a conclusão do mesmo de que, a partir da avassaladora evidência encontrada, o que é possível afirmar é que houve uma série de operações dolosas com o intuito de alterar a vontade expressa nas urnas”, garantiu Pompeo.
O secretário também instou o governo de transição da Bolívia a continuar seu esforço para organizar eleições livres, justas e transparentes e que reflitam a vontade do povo boliviano, assim que for possível.