Durante as quatro semanas do Curso Internacional de Líderes Estratégicos (SLIC, em inglês) para militares, oferecido pela Escola Naval de Instrução e Treinamento Técnico para Pequenas Embarcações, em Mississippi, que opera sob o Comando de Operações Especiais dos EUA, líderes militares aprenderam como promover objetivos estratégicos, reconhecendo os diversos papéis que as mulheres desempenham em segurança e defesa.
A classe Mulheres, Paz e Segurança (WPS, em inglês) foi realizada no dia 25 de junho de 2021. A Tenente-Coronel Duilia Turner da Força Aérea dos EUA, diretora do Programa WPS do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), ministrou o curso e foi moderadora de um painel de especialistas, incluindo a Dra. Catherine Lantigua, conselheira geral do Gabinete de Coordenação de Defesa dos EUA no México, o Coronel Iván Macías, oficial de ligação do Exército da Colômbia no SOUTHCOM, e a Dra. Fabiana Perera, professora assistente do Centro de Estudos Hemisféricos de Defesa William J. Perry, em Washtington, D.C.
A Dra. Lantigua falou sobre “Operacionalização de WPS no domínio marítimo” e a ampliação do foco de liderança na inclusão de gênero. “Se quisermos ser realistas quanto aos problemas de um curso integral, precisamos incluir 50 por cento da população”, disse ela. A participação das mulheres nas operações marítimas necessita ser reavaliada, declarou, acrescentando que é necessário implementar essa participação em todos os aspectos. A Dra. Lantigua enfatizou que “a paz e a segurança são mais do que um tema entre as mulheres: são uma questão de direitos humanos.”
O Cel Macías falou sobre os progressos feitos pelas mulheres nas forças armadas colombianas desde 1976, quando elas foram integradas às Forças Militares da Colômbia. O Cel Macías lembrou que em 2013 foi nomeada a primeira mulher general, acrescentando que o papel feminino nas forças armadas é uma prioridade para a Colômbia. Ele também falou sobre a importância de não se restringir a participação das mulheres em segurança e defesa apenas às funções administrativas.
A Dra. Perera mencionou a falta de dados no que diz respeito à participação das mulheres na sociedade. “Ao invés de avaliações sobre o papel dos homens, que normalmente é o foco principal, as mulheres deveriam ser incluídas, bem como as crianças, ela disse.
Alunos da Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Panamá e Trinidad e Tobago participaram do painel de debates e perguntaram sobre como se pode quebrar as barreiras institucionais para incluir as mulheres.
Oferecer mais oportunidades para as mulheres, avaliar seu papel no sucesso das missões e mudar as atitudes culturais foram algumas das estratégias sugeridas para aumentar sua participação.
“Oferecemos essa atmosfera exclusiva para os líderes militares seniores e autoridades dos governos de todo o mundo para enfrentarem os complexos desafios globais”, disse Robert Gusentine, diretor do curso SLIC e capitão reformado dos SEALs da Marinha dos EUA. “Entender e projetar a complexidade requer uma diversidade de experiências, perspectivas e visões do mundo; assim sendo, é imperativo que continuemos a aumentar o envolvimento das oficiais e autoridades femininas em nossa classe.”
“O processo não consiste apenas em ser equitativo, simplesmente porque essa é moralmente a coisa certa a ser feita”, afirmou. “Trata-se de prontidão de missão e mulheres líderes das nações parceiras que são preparadas, colaborativas e confiáveis. [Esses aspectos] são essenciais para as missões e os Estados Unidos precisam ser ativos em seu desenvolvimento profissional. Precisamos preparar as mulheres de imediato para promoções e devemos investir pesadamente em seu futuro. A estratégia WPS nos exorta a fazer isso e o Curso Internacional de Líderes Estratégicos foi bem projetado para preencher essa função”, ele concluiu.