Quando o Centro Brasileiro de Defesa Cibernética (CDCiber) se apresentou aos representantes de 15 nações no dia 18 de agosto, como parte de seu Exercício Guardião Cibernético, dois soldados da Guarda Nacional do Exército de Nova York representaram os Estados Unidos.
O Capitão Andrew Carter, oficial de sistemas de informação do batalhão do quartel-general da 42ª Divisão de Infantaria, e a Subtenente Nefertiti Stokes, membro da 173ª Equipe de Proteção Cibernética, passaram três dias com especialistas brasileiros em segurança informática em Brasília, capital do país.
A visita foi realizada como parte do relacionamento do Programa de Parceria do Estado que a Guarda Nacional de Nova York mantém com as Forças Armadas do Brasil desde 2019.
Seu papel, disse o Cap Carter, era determinar que tipos de treinamentos emoperações cibernéticas os especialistas em segurança informática da Guarda Nacional de Nova York poderiam realizar com seus homólogos brasileiros.
O Centro de Defesa Cibernética do Ministério da Defesa do Brasil supervisiona a segurança cibernética em todos os setores.
O que eles aprenderam, disse o Cap Carter, é que o Brasil depende de seus especialistas militares em segurança informática para proteger tanto os sistemas de informação militar como os dos profissionais da indústria civil brasileira.
Isto é muito similar à ênfase do Comando Cibernético dos EUA em manter as redes militares, bem como a infraestrutura crucialem todo o país, a salvo de ataques informáticos, disse o Cap Carter. A diferença, ele observou, é que, como o Brasil não possui um equivalente da Guarda Nacional, os brasileiros têm pessoal militar em tempo integral trabalhando com profissionais cibernéticos civis para lidar com as ameaças cibernéticas.
O Cap Carter disse que os Estados Unidos dependem de pessoal em tempo integral e de pessoas como a S Ten Stokes, que trabalha em segurança cibernética como civil, para colocar em prática seus conhecimentos adquiridos como civil.
A visita de três dias deu aos dois nova-iorquinos a oportunidade de ver diferentes facetas dos esforços de comunicações e sinais do Brasil.
No primeiro dia, eles visitaram o equivalente brasileiro à Escola de Sinais do Exército dos EUA, em Fort Gordon, Geórgia. O Cap Carter disse estar impressionado e surpreso ao descobrir que os brasileiros ainda estavam ensinando o uso do código Morse para criptografar mensagens. O Exército dos EUA deixou de ensinar os pontos e traços do código Morse em 2015. Mas os brasileiros veem isso como outra forma de comunicação segura, usando o código para transmitir conjuntos de números que compõem as mensagens criptografadas, disse o Cap Carter.
No segundo dia da visita, o Cap Carter e a S Ten Stokes participaram do Dia do Visitante Distinguido do Exercício Guardião Cibernético. Os brasileiros usaram o modelo de infraestrutura regional e urbana, incluindo barragens e redes de energia, para demonstrar como um ataque cibernético poderia deter a indústria e o transporte.
A S Ten Stokes e o Cap Carter tinhampreparado um briefing de capacidades cibernéticas da Guarda Nacional de Nova York para o terceiro dia.
Seus anfitriões brasileiros ficaram satisfeitos em saber que muitas das estruturas operacionais utilizadas pelas Equipes de Proteção Cibernética são muito similares ao que estava sendo ensinado no CDCiber e intrigados com a ideia de que pessoas com habilidades civis constantemente atualizadas trabalharam em questões de segurança cibernética, disse o Cap Carter.
Os brasileiros expressaram interesse em aprender mais sobre como a Guarda Nacional de Nova York conduz operações cibernéticas. O Cap Carter disse que também poderia haver uma oportunidade para que os soldados e aviadores da Guarda Nacional de Nova York participem de um curso de operações cibernéticas com duração de duas semanas, ministrado pelos brasileiros.