A Associação Internacional de Universidades Marítimas (IAMU) reconheceu recentemente a Escola Naval de Cadetes Almirante Padilla (ENAP), da Marinha da Colômbia, como uma universidade credenciada de alta qualidade, que atende aos mais altos padrões acadêmicos, e a acolheu como um novo membro.
A IAMU é uma rede global de universidades marítimas líderes, que mantém membros internacionais dedicados à construção de capacidades humanas no setor marítimo. A ENAP é a quarta escola da América Latina (as outras estão no México, Panamá e Peru) a se juntar aos mais de 70 membros da IAMU.
“A inclusão da Escola Naval na Associação Internacional de Universidades Marítimas mostra o reconhecimento de nosso trabalho na formação de marinheiros e também identifica que a ENAP tem a capacidade de contribuir positivamente, através do conhecimento e experiência, para o desenvolvimento da educação e treinamento marítimos, como fazem os outros membros da associação”, disse à Diálogo o Capitão de Corveta Aldo Francisco Lovo Ayala, da Marinha da Colômbia, decano de pesquisa e doutorado da ENAP. “Além disso, abre possibilidades de investigação, intercâmbio de conhecimentos, participação em convites para atrair recursos na busca de soluções e na redução das lacunas de conhecimentos.”
A ENAP foi criada em 1937 para formar oficiais da Marinha da Colômbia e em 1958 começou a realizar intercâmbios com escolas navais estrangeiras.
“Os intercâmbios estudantis são uma atividade acadêmica que anda de mãos dadas com as diretrizes estabelecidas nos programas de mestrado em educação militar, tais como o da Política Educacional da Força Pública. Aqui, o Ministério da Defesa Nacional identifica que é necessário que a partir da própria formação do pessoal militar sejam forjadas as ferramentas necessárias para que tenham a capacidade de se desenvolver tanto no âmbito nacional quanto internacional”, ressaltou o CC Lovo. “A mobilidade dos estudantes para o exterior não se limita apenas ao pessoal estudantil que frequenta escolas de formação, mas os estudantes da ENAP também foram convidados a embarcar em cruzeiros de instrução a bordo de navios-escola das marinhas aliadas.”
Desde sua criação, a ENAP tem sido uma referência na preparação militar na região. Assim, em 2022, 131 oficiais estrangeiros de El Salvador, Equador, Honduras, Panamá e República Dominicana, entre outros países, foram formados. Da mesma forma, os estudantes estrangeiros da América Latina participam de programas de pós-graduação e cursos de extensão, com os quais podem consolidar conhecimentos que beneficiam seus países de origem.
Atualmente, há quatro cadetes estrangeiros formando-se como oficiais navais na ENAP. Entre os programas de pós-graduação, os mestrados em Oceanografia e Gestão Logística têm sido os mais populares internacionalmente. Da mesma forma, no portfólio de diplomados da ENAP, destacam-se o diploma em Dinâmica do Narcotráfico Marítimo, Fluvial e Portuário, bem como o diploma em Planejamento Tático de Operações Navais, que conta com estudantes de marinhas de países como Equador, Espanha, Estados Unidos, Peru, República Dominicana e Trinidad e Tobago, entre outros.
A ENAP também conta com a assistência de professores internacionais, que fazem parte das marinhas parceiras que cooperam em assuntos educacionais. Por esta razão, houve instrutores militares do Chile, Equador e Estados Unidos e, atualmente, há um capitão de fragata do Chile, que ministra os cursos de direito. Também há um major do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA que dá classes em nível de pré-graduação nas matérias de Pelotão de Fuzileiros Navais, Operações Anfíbias, Diretrizes da OTAN, Fundamentos de Operações, Procedimentos e Organização da OTAN.
“A realização de intercâmbios também contribui positivamente para a visibilidade nacional e internacional da instituição, que é de suma importância nos esforços da ENAP para manter e renovar seu credenciamento de alta qualidade”, concluiu o CC Lovo.