Após quase uma década de serviço na Força-Tarefa Marítima (MTF, em inglês) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, em inglês), colaborando com a Marinha do Líbano na segurança das extensas águas territoriais do país, as equipes de paz brasileiras encerraram sua missão com a UNIFIL antes de voltarem para casa hoje [2 de dezembro de 2020].
A fragata BRS Independência, nave capitânia da MTF, também encerrou sua missão na UNIFIL hoje, junto com mais de 200 marinheiros brasileiros, após nove meses de serviço.

As equipes brasileiras de manutenção da paz comandaram a MTF que, até a última partida, tinha seis navios e cerca de 800 marinheiros, desde 2011. Cinco embarcações – da Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia e Turquia – continuarão a realizar as devidas tarefas marítimas.
Como o primeiro e único componente naval importante de manutenção da paz da ONU, a MTF da UNIFIL foi destacada em 15 de outubro de 2006 sob solicitação do governo do Líbano. Um total de 15 países colaboraram com a MTF, que apoiou as Forças Navais do Líbano, para evitar a entrada não autorizada por via marítima de armas ou outro material militar no Líbano.
Sua missão também se concentra em ajudar o Líbano a erguer suas próprias forças navais, para controlar e proteger as hidrovias e águas territoriais do país. Para alcançar esse objetivo, a MTF realiza uma série de diferentes cursos de treinamento e exercícios coordenados com as Forças Navais do Líbano, para prepará-las para assumir todos os deveres necessários para a segurança marítima, protegendo a soberania do Líbano e apoiando o investimento econômico.
Falando em nome do General de Brigada Stefano Del Col, líder da missão e comandante da Força da UNIFIL, durante uma cerimônia de despedida a bordo do BRS Independência, no dia 1º de dezembro, o General de Brigada Irvine Nii-Ayietev Aryeetey, subcomandante da Força, homenageou os serviços das equipes brasileiras de manutenção da paz, que estão de partida.
“Hoje damos adeus ao navio da MTF que parte e a data é memorável para a UNIFIL, a MTF e, evidentemente, para a Marinha do Brasil, após quase 10 anos ininterruptos de apoio e contribuição para a causa da paz no Líbano”, disse ele.
“Eu enalteço todos vocês pela dedicação e profissionalismo incansáveis, especialmente este ano, com todos os desafios da pandemia da COVID-19 e da explosão ocorrida aqui no porto de Beirute”, acrescentou o Gen Bda Aryeetey. “Com trabalho duro e dedicação, a fragata Independência, representando aqui a Força-Tarefa Marítima e seus marinheiros, provou que o controle do domínio marítimo pode trazer benefícios às operações de manutenção da paz e ao desenvolvimento econômico, garantindo um ambiente marítimo seguro.”
Por sua vez, o Contra-Almirante da Marinha do Brasil Sérgio Renato Berna Salgueirinho, comandante da MTF que encerra a missão, disse que a participação do Brasil na MTF da UNIFIL contribuiu diretamente para a manutenção da paz “em uma missão tão importante”, e acrescentou que a partida foi um “momento histórico”.
“Essa empreitada será sempre lembrada na Marinha do Brasil, e também ficará registrada na história da UNIFIL”, declarou. “Superando desafios sem precedentes, em um ano tão especial para todos nós, reconheço que vocês, homens e mulheres, membros da equipe de manutenção da paz da fragata Independência, trabalharam arduamente para desempenhar essa missão”.
Desde 2006, a MTF já aclamou 106.000 navios e encaminhou cerca de 15.000 dessas embarcações às autoridades libanesas, para realizar mais inspeções no mar e em terra. A área de operações marítimas da MTF (5.000 milhas náuticas quadradas ou 17.171 quilômetros quadrados) é quase 16 vezes maior do que a área de operações da UNIFIL em terra, no sul do Líbano.