As 1º Tenentes Jazmín Pérez Cobos e María José Cueva mudaram a história da aviação no Equador, ao se tornarem as primeiras mulheres pilotos de combate da Força Aérea Equatoriana (FAE).
Após um ano de preparo acadêmico na Base Aérea de Manta, 40 horas em um simulador de voo e 60 horas de prática em aeronaves de ataque A-29B Super Tucano, a 1º Ten Cueva e a 1º Ten Pérez conquistaram a patente de pilotos de combate em dezembro de 2019 e disseram à Diálogo que estão prontas para qualquer missão. Com elas se formaram seis 1º tenentes homens equatorianos.
As pilotos de combate foram destacadas na primeira semana de janeiro de 2020 no Esquadrão Halcones, da Ala de Combate Nº 23 da FAE, para realizar operações de interceptação de voos, controle de contrabando e de tráfico de drogas, bem como patrulhamento das fronteiras.
“Estamos preparadas para voar em tempos de paz e em tempos de guerra”, disse a 1º Ten Cueva. “Nossa principal missão é manter a defesa nas operações de segurança interna na fronteira norte.”
“O preparo acadêmico e físico, os estudos e o trabalho constante nos permitiram romper paradigmas, e agora a Força Aérea nos dá a oportunidade de atuar nessa especialidade onde predominavam os homens”, declarou a 1º Ten Pérez. “Fazer parte da história nos delega muita responsabilidade, pois abrimos as portas para que mais mulheres ingressem nessas fileiras”, acrescentou.
“Ninguém recebeu qualquer tratamento preferencial”, disse à imprensa o 1º Tenente da Força Aérea Equatoriana Roberto Pita, um dos oito pilotos de combate recém-formados. “Elas conquistaram seus postos e demonstraram que são capazes.”
As missões de vigilância do Esquadrão Halcones partem para qualquer ponto do país durante as 24 horas do dia, sob qualquer condição meteorológica. As operações contam com o apoio de mais de 300 membros das Forças Armadas em turnos de revezamento. “Tudo é feito com a ajuda de inteligência, para que as operações de segurança se tornem operacionais na parte terrestre, junto às demais forças”, disse a 1º Ten Pérez.
“Para fazer frente aos desafios, o Esquadrão Halcones possui 18 aeronaves A-29B”, ressaltou a 1º Ten Pérez. Também conta com “pilotos capazes de atuar sob enorme pressão e de responder com precisão”, acrescentou a 1º Ten Cueva.
As 1º Ten Pérez e Cueva disseram que as operações aéreas não constituem um desafio apenas para as mulheres, mas também para todos os aeronautas da unidade de combate, e incentivam as pessoas que desejam tornar-se pilotos de guerra a se prepararem. “Essa carreira demanda muitos sacrifícios, não importa se são homens ou mulheres; o que faz a diferença é a determinação”, finalizou a 1º Ten Cueva.