Os terminais portuários do Equador dinamizam e diversificam a economia, mas a grande quantidade de contêineres e navios que recebem diariamente atrai redes do narcotráfico que tentam mobilizar carregamentos de drogas para a Europa.
Em 2021, passaram pelos portos do Equador 3.383 navios de comércio internacional, incluindo 1.764 embarcações que entraram nos portos da cidade de Guayaquil, informou a Subsecretaria de Portos e Transporte Marítimo e Fluvial do Equador ao jornal equatoriano El Universo.
As organizações criminosas utilizam os contêineres dessas embarcações, usualmente com carregamentos de mercadorias, como frutas tropicais, para enviar a droga a países como Alemanha, Bélgica, Holanda e Espanha.
O embaixador da União Europeia no Equador, Charles-Michel Geurts, confirmou que durante os últimos três anos foi registrado um aumento na apreensão de drogas camufladas nas exportações do Equador, publicou o jornal equatoriano La Hora, no dia 5 de março de 2022.
Por isso, o combate ao narcotráfico nos portos se tornou uma prioridade para o governo do Equador. Em outubro de 2021, o presidente Guillermo Lazo ordenou que “todas as cargas que saiam do Equador passem por um sistema de escaneamento antinarcóticos”, como parte do Plano Nacional de Segurança. Além disso, ele solicitou que se fortaleçam os controles em depósitos temporários, portos, aeroportos e passagens fronteiriças.
Como resultado, as autoridades aumentaram sua efetividade contra os grupos criminosos que contaminam os contêineres. Em 2021, confiscaram nos portos 54.843 quilos de narcóticos, informou a Direção Nacional de Investigação Antidrogas ao jornal equatoriano Expreso. “Entre janeiro e fevereiro de 2022, as apreensões de drogas nos portos aumentaram 73 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior”, disse o Tenente-Coronel Christian Marín, da Polícia Nacional do Equador (PNE), chefe da Unidade de Investigações Portuárias e Aéreas, em uma entrevista ao jornal digital Ecuavisa.
Como exemplo, entre os dias 14 de fevereiro e 5 de março, a PNE confiscou 13.722 kg de cocaína em quatro operações realizadas em portos da província de Guayas. A droga tinha como destino final portos na Alemanha, Bélgica e Holanda.
Apenas na apreensão do dia 14 de fevereiro, a PNE confirmou o confisco de 6.992 kg de cocaína, detectados com o apoio de um cão antinarcóticos em um carregamento de bananas.
Ainda há muito a ser feito quanto à segurança portuária, reconhece Marín, “mas vamos aumentar as inspeções, tanto realizadas pela unidade canina antinarcóticos, quanto pela unidade de investigações”, concluiu.