A Polícia Nacional Civil (PNC) de El Salvador, com o apoio do Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei (INL) dos EUA, formou 16 binômios antidrogas para unirem-se à luta contra os grupos criminosos transnacionais na região. Os policiais e seus parceiros caninos são treinados para identificar drogas e papel-moeda, informou a Embaixada dos EUA por X, anteriormente Twitter.
“A inteligência e o olfato avançado dos cães proporcionam um método não intrusivo para escanear rapidamente áreas extensas”, disse à Diálogo Beth Kutch, porta-voz da Embaixada dos EUA em San Salvador, em 12 de agosto. “Por exemplo, no Aeroporto Internacional de El Salvador, a divisão K-9 da PNC pode avaliar rapidamente centenas de passageiros e suas bagagens.”
A PNC tem atualmente 48 equipes ativas e especialmente treinadas para a detecção em quatro áreas: papel-moeda, narcóticos, vítimas vivas de desastres e restos humanos. A Polícia confirmou que, somente nos últimos quatro anos, seus binômios apreenderam mais de US$ 700 milhões do crime organizado.
“Somos gratos pelo apoio incondicional e decisivo da Embaixada dos EUA por meio do INL, que torna possível todos esses avanços em nossa instituição policial”, disse o diretor geral da PNC, Mauricio Arriaza Chicas, durante a cerimônia de graduação realizada na sede do departamento K-9 em Planes de Renderos, departamento de San Salvador.
O INL doou 74 cães de serviço para a PNC desde 1992, quando foi inaugurado o programa de assistência, com apenas dois cães de detecção de narcóticos treinados no estado da Virgínia. A cooperação foi ampliada em 2018, com a doação de mais 10 cães detectores de narcóticos e dois detectores de restos humanos. Em 2021, um consultor americano em tempo integral foi disponibilizado e, desta forma, a PNC dobrou seu número de binômios.

“Esses cães de serviço policial também podem identificar compartimentos ocultos em veículos em postos de fronteira e portos de entrada, como os situados nas fronteiras de Anguiatú e San Cristóbal [departamento de Santa Ana] e Las Chinamas [departamento de Ahuachapán]”, disse Kutch. “Eles também são destacados para verificar locais suspeitos de atividade criminosa.”
O INL também oferece suporte para capacitar tutores, treinadores de caninos, técnicos veterinários e administradores, fornecendo instrutores do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e agentes de fronteira da Costa Rica e da Colômbia, além de organizar visitas de oficiais da PNC a programas caninos policiais nos EUA.
O treinamento dos 16 binômios durou 12 semanas, incluindo teoria e prática. A PNC informou que eles também tiveram o apoio de instrutores da Costa Rica, atendendo aos padrões internacionais.
“As equipes caninas, mesmo durante seu treinamento, fazem descobertas que resultam em prisões de criminosos”, detalhou Kutch. “Os exemplos disto incluem um canino que detectou 25 libras [mais de 11 quilos] de maconha em um posto de controle e outro que encontrou US$ 20.000 escondidos na cabine de um caminhão.”
Durante o último período de férias, entre 1º e 6 de agosto, o Departamento K-9 da PNC destacou alguns de seus binômios nas fronteiras terrestres do país, para impedir a entrada de mercadorias ilícitas no território salvadorenho, informou o Diario El Salvador. Em junho, a Procuradoria Geral da República informou que os binômios identificaram um negócio de distribuição de maconha no município de Ciudad Delgado, ao norte da capital.
“Quando a divisão foi fundada em 1994, começamos com quatro cachorros e já tivemos um histórico bastante significativo. Hoje podemos ver uma unidade canina transformada, com uma visão muito boa”, explicou o Comissário Rómulo Romero, subdiretor de Investigações da PNC, durante a formatura. “Hoje nossa unidade está classificada entre as melhores da região e isso nos deixa muito orgulhosos.”
De janeiro de 2022 até o momento, as interdições do Departamento K-9 aumentaram em mais de 500 por cento, informa a Embaixada. Para isso, eles estimam que o governo dos EUA investiu quase US$ 3 milhões nessa cooperação nos últimos três anos.
“O INL trabalha com a PNC em três áreas principais: melhoria da segurança do cidadão, combate ao crime organizado transnacional e fortalecimento do Estado de Direito”, acrescentou Kutch. “Isso vai desde a capacitação dos novos recrutas da academia de polícia em direitos humanos, ética e limitação do uso da força, até o equipamento de unidades especializadas que trabalham estreitamente com as agências dos EUA de aplicação da lei.”