A ministra das Comunicações da Bolívia, Roxana Lizárraga, denunciou no dia 8 de janeiro de 2020 que cerca de 700 supostos médicos cubanos que trabalhavam no país, como parte de um convênio de saúde firmado pelo governo do ex-presidente Evo Morales, não estavam capacitados para exercer a profissão, por não terem diplomas ou por terem diplomas falsificados, e que sua verdadeira ocupação no país sul-americano era o serviço de inteligência.
“Estávamos esperando o momento oportuno para revelar que parte do plantel que vinha de Cuba não era de médicos; não eram médicos por profissão (…) e pudemos apreender vários dos diplomas que haviam sido falsificados para fazê-los passar por médicos”, garantiu Lizárraga.
A ministra também declarou que a falta de confiança de Evo Morales nas autoridades da Bolívia o levou a delegar a cubanos e venezuelanos a responsabilidade pela segurança do Estado boliviano e que o prejuízo econômico do país é elevado.
“O prejuízo econômico é altíssimo porque não se investiu em saúde. Investiu-se para financiar pessoas dedicadas ao serviço de inteligência.”
A entrevista coletiva durante a qual esses dados foram revelados contou com a presença do ministro da Saúde, Aníbal Cruz, que afirmou que as provas físicas (documentos, vídeos e fotografias) são o respaldo de tais declarações.
Cruz disse que esses supostos médicos tinham “objetivos voltados para a doutrinação (…), utilizando recursos e um orçamento excessivos”. Ele acrescentou que os mais afetados foram os cidadãos, já que a questão da saúde é muito sensível.
No final de 2019, o ministro de Governo da Bolívia, Arturo Murillo, revelou que haviam sido capturados quatro supostos médicos cubanos com cerca de US$ 100.000,00, dinheiro que, segundo as autoridades locais, serviria para financiar distúrbios na Bolívia. Entretanto, Havana informou que seriam recursos destinados às folhas de pagamentos e gastos com aluguel da missão médica em La Paz.
Dias depois, através de um comunicado à imprensa, as autoridades cubanas anunciaram a retirada de cerca de 700 médicos da Bolívia, por considerar que seriam alvos de ataques do novo governo interino da presidente Jeanine Áñez.