Cerca de 1.900 delinquentes colombianos estariam vivendo em cidades fronteiriças da Venezuela, a partir das quais planejam ações criminosas contra a Colômbia a favor do narcotráfico, disse ao jornal chileno La Tercera o General de Exército Luis Fernando Navarro Jiménez, comandante das Forças Militares da Colômbia, em setembro de 2021.
O Gen Ex Navarro estimou que nas cidades venezuelanas de Zulia, Táchira, Apure e Amazonas vivem aproximadamente 1.200 membros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e cerca de 700 dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
“Ao todo, há aproximadamente 2.350 combatentes do ELN, dos quais quase a metade está na Venezuela, e 2.400 homens e mulheres das FARC, um terço dos quais atua a partir do país vizinho”, disse o Gen Ex Navarro. “O ELN ataca objetivos na Colômbia, depois eles migram para os territórios venezuelanos, onde se escondem.”
O ELN comanda na Venezuela atividades ilegais relacionadas ao contrabando de gasolina, mineração e extorsão, além de efetuar operações em regiões de plantações de coca, garante um relatório de fevereiro da ONG colombiana Fundação Ideias para a Paz.
“Nos últimos três anos, os grupos armados ilegais deixaram de ter uma retaguarda estratégica para constituir um núcleo criminoso na Venezuela, com o beneplácito do regime de Nicolás Maduro”, declarou perante a Organização dos Estados Americanos o ex-chanceler colombiano Holmes Trujillo, em setembro de 2019. “As FARC e o ELN se fortaleceram nas últimas duas décadas […], graças aos governos de Chávez e Maduro, com interesses econômicos cada vez mais sobrepostos.”
Nova oportunidade para a legalidade
No dia 30 de outubro, o governo colombiano apresentou um plano para que os integrantes dos grupos armados ilegais, dedicados à produção, venda e comercialização de drogas, se entreguem voluntariamente para “ficarem deste lado, do lado da legalidade’, declarou o ministro da Defesa Diego Molano à Rádio Nacional da Colômbia.
O plano explica que os benefícios incluem acesso aos serviços de saúde, educação e até remuneração econômica, dependendo da análise formulada em cada caso pela Promotoria colombiana.
“Se uma pessoa se apresentar voluntariamente e tiver filho e esposa, estes também serão protegidos”, acrescentou o alto comissário para a paz da Colômbia, Juan Camilo Restrepo.