Em uma demonstração de cooperação internacional e compromisso para aprimorar a parceria e as capacidades militares, o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil recentemente sediou uma conferência de planejamento anual, com representantes das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul, de 23 a 27 de outubro. O Comitê Operacional de Infantaria Naval (ONIC) reuniu líderes seniores, oficiais de planejamento e graduados de ambas as nações, para discutir futuras estratégias, intercâmbios de pessoal e exercícios bilaterais de treinamento.
A conferência, realizada na cidade do Rio de Janeiro, marca um passo significativo para reforçar a colaboração entre duas das forças militares mais proeminentes das Américas. Autoridades de ambos os lados elogiaram a iniciativa, enfatizando a importância de manter uma frente robusta e unificada em um cenário de segurança global cada vez mais complexo.
Além disso, o ONIC cria um fórum importante para que os líderes e planejadores dos dois corpos de fuzileiros navais discutam e reafirmem os objetivos de segurança mútua e planejem futuros compromissos de cooperação em segurança. Com base nos eventos de 2022, os planejadores solidificaram os cronogramas de treinamento bilateral para os próximos dois anos e definiram um caminho a seguir para os compromissos dos próximos cinco anos. Como os dois corpos de fuzileiros navais são especializados em operações anfíbias, a parceria contínua e fortalecida reforçará as capacidades de ambas as nações nesse aspecto.
O Contra-Almirante Roberto Lemos, do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, comandante geral do Comando de Doutrina, abriu a conferência com um discurso destacando a cooperação histórica entre as duas forças de infantaria naval. Ele declarou: “O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA têm uma amizade de longa data, enraizada no respeito mútuo e nos valores compartilhados. Esta conferência representa nosso compromisso para aprimorar nossas capacidades, aumentar a interoperabilidade e fortalecer nossa parceria, para enfrentar os desafios de segurança em evolução de nosso tempo”.

O ONIC concentrou-se em como os dois corpos de fuzileiros navais podem trabalhar juntos para aumentar a interoperabilidade, fortalecer a parceria e, ao mesmo tempo, alcançar a prontidão das forças. Durante os eventos programados, os planejadores também tiveram discussões aprofundadas sobre a iniciativa de Desenho das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, as iniciativas terrestres e marítimas do Brasil, bem como os conceitos navais emergentes que afetarão diretamente as duas forças.
Somente em 2024, os dois corpos de fuzileiros navais planejam realizar pelo menos nove intercâmbios e eventos de treinamento, além de três exercícios bilaterais de maior escala, como o Exercício Formosa e o Treinamento de Guerra na Selva, e a operação anfíbia Exercício Dragão, no Brasil. Ambos os países também participam do exercício multinacional UNITAS todos os anos, que será realizado no Chile em 2024.
“As forças anfíbias confiáveis são necessárias agora mais do que nunca para as nações marítimas”, disse o Capitão de Mar e Guerra Omar J. Randall, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, subcomandante das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul. “Tanto os fuzileiros navais dos EUA como os do Brasil se destacam em operações anfíbias especializadas e o fortalecimento de nossa parceria de longa data aprimorará a capacidade de nossas forças.”
A conferência apresentou discussões aprofundadas sobre uma ampla gama de tópicos, incluindo exercícios de treinamento conjunto, planejamento operacional, intercâmbio de inteligência e desenvolvimento de equipamentos especializados, especificamente o conceito de “Desenho da Força” do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e como ele moldou a força atual. O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA também exploraram maneiras de lidar com ameaças emergentes, como a guerra cibernética e operações não convencionais.
“Trata-se de promover e vincular relacionamentos durante todo o processo de planejamento e execução do nosso treinamento”, disse o C Alte Lemos. “Compartilhamos o mesmo desejo de inovar e estar prontos para operações atuais e futuras em eventos do mundo real.”
Na conferência, também abordaram tópicos relacionados à segurança internacional e as implicações mais amplas de sua cooperação. Ambos os lados reafirmaram seu compromisso com a estabilidade regional, bem como sua dedicação aos princípios da democracia, da liberdade e do Estado de Direito.
O ONIC não apenas destaca a importância da parceria entre o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, mas também reforça seu papel como atores-chave na proteção da segurança marítima nas Américas e em outros lugares.
Ao finalizar a conferência, os dois comandantes, o Cel Randall e o C Alte Lemos, expressaram seu otimismo em relação ao futuro dessa parceria, enfatizando os benefícios mútuos que resultariam de uma cooperação e um planejamento estratégico mais estreitos.
“Somos gratos por termos amigos como vocês”, disse o Cel Randall aos fuzileiros navais brasileiros. “É uma honra e um prazer trabalhar junto com vocês e espero ansiosamente pelo sucesso dessas conversas de equipe.”