O ditador venezuelano Nicolás Maduro, com a ajuda de aliados como Cuba, Rússia, China e Irã, continua representando uma ameaça às liberdades democráticas das nações vizinhas da América do Sul, disse o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM).
“Quando observamos essa região, vemos que é muito promissora e tem muito potencial”, disse o Alte Esq Faller, durante um painel de debate com o Conselho do Atlântico, no dia 13 de agosto.
A América do Sul abriga uma série de democracias que compartilham valores com os Estados Unidos e são ricas em recursos, incluindo o capital intelectual humano, disse o Alte Esq Faller. “Tudo isso está sendo atacado. Está sendo atacado por um círculo vicioso de ameaças, cujo centro é… a Venezuela”, acrescentou o oficial.
Grande parte dessa ameaça, segundo ele, é o drástico aumento do narcotráfico proveniente da Venezuela, que não apenas ameaça as vidas nas Américas do Norte e do Sul, mas também corrompe as instituições essenciais à manutenção e ao desenvolvimento das jovens democracias que circundam a Venezuela.
“No centro da ameaça estão as vidas que estamos perdendo desnecessariamente, além do enfraquecimento da democracia”, acrescentou o Alte Esq Faller. “Essa foi uma escolha que Maduro fez para transformar o país, que já foi próspero, na ditadura que representa atualmente.”
A pandemia da COVID-19 permitiu que Maduro fechasse a Venezuela ainda mais e aumentasse seu poder, disse o Alte Esq Faller. Ao mesmo tempo, acrescentou, organizações tais como as FARC-D (dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia, têm o caminho aberto para expandir seu domínio no país.
“Todos esses vetores de ameaças estão indo em uma direção negativa, que é uma razão significativa pela qual incrementamos o volume de engajamentos que estamos realizando com nossos parceiros e lançamos nossa operação avançada antinarcóticos”, disse o Alte Esq Faller.
Uma das ferramentas para combater o narcotráfico, de acordo com o Alte Esq Faller, inclui a participação da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul e Key West, que contam com o envolvimento de 22 nações parceiras apoiando seus esforços.
“Todos esses países estão alinhados sob a ameaça comum do narcotráfico”, disse o Alte Esq Faller. “A conexão com Maduro é sua cumplicidade com essa ameaça. As nações que participam, o fazem por seu interesse nacional, mas trabalhando em conjunto pelo bem do hemisfério. Tem sido um sucesso. E já vimos, na verdade, um aumento no envolvimento das nações parceiras, ano após ano, do ano passado para este.”
O Alte Esq Faller disse que cerca da metade das operações antinarcóticos do SOUTHCOM incluem o envolvimento das nações parceiras. Ele também mencionou o sucesso do Plano de Ação EUA – Colômbia, onde os colombianos treinam seus parceiros de toda a América Central para realizar operações contra o narcotráfico e o terrorismo. Ele também destacou a Iniciativa de Segurança Regional da América Central e a Iniciativa de Segurança da Bacia do Caribe como importantes investimentos para os Estados Unidos.
“O tempo e os recursos financeiros utilizados pelos EUA resultarão em maior estabilidade”, disse. “Isso faz parte da solução que estabelecemos aqui… assegurando-nos de fazer o correto para que os recursos sejam empregados nas áreas de investimentos para apoiar as democracias que progrediram na América Central, na América do Sul e no Caribe [para] que elas consigam se afastar desse círculo vicioso de ameaças.”