O Exército da Colômbia, em coordenação com o Escritório do Procurador-Geral, desmantelou a quadrilha narcotraficante Los Cirujanos, que recrutava mulheres jovens para contrabandear cocaína para a Europa dentro dos seus seios. Os nove criminosos foram detidos em diversas operações nas cidades de Cáli e Medellín.
A organização criminosa “convencia as mulheres a transportar a droga dentro de próteses em seus seios e pernas para entregá-la em Madri, Espanha, prometendo-lhes oportunidades de trabalho naquele país”. As vítimas eram enviadas em voos comerciais a partir de aeroportos de Valle del Cauca e Bogotá, informou a Procuradoria, no dia 10 de novembro de 2020.
A organização criminosa “convencia as mulheres a transportar a droga dentro de próteses em seus seios e pernas para entregá-la em Madri, Espanha, prometendo-lhes oportunidades de trabalho naquele país”.
Entre os processados está uma instrumentadora cirúrgica e um homem que se fazia passar por médico, os quais realizavam as cirurgias em centros cirúrgicos improvisados em quartos de motéis, alugados por alguns dias, até a recuperação das vítimas. Depois que as mulheres chegavam à capital espanhola, as próteses eram retiradas da mesma maneira, em salas cirúrgicas improvisadas e sem as mínimas medidas de segurança, acrescentou a Procuradoria.
Transgressor procurado
As redes de narcotráfico implementam diversos métodos para contrabandear drogas na esperança de passarem despercebidas nos pontos de verificação, mas é cada vez mais frequente serem descobertas pelas autoridades.
No dia 15 de novembro, uma reportagem do jornal colombiano El Tiempo divulgou que, em mais de três décadas de trabalho, a Polícia Nacional da Colômbia identificou 1.486 métodos para o tráfico de cocaína através de portos e aeroportos.
Alguns desses métodos incluem a instrumentalização de pessoas para transportar as drogas, como a ingestão (drogas no estômago) e a introdução (nos canais anal e vaginal). Outros métodos comuns variam entre ocultar a droga em malas de fundo duplo, em alimentos, perucas, cintas elásticas, próteses ortopédicas, cadeiras de rodas, pneus, imagens religiosas, ou produtos veterinários, segundo a reportagem.
Por exemplo, a Guarda Civil da Espanha desarticulou uma organização criminosa que introduzia cocaína em Barcelona a partir da Colômbia. Os agentes prenderam quatro pessoas e confiscaram 121 quilos de cocaína escondidos no interior de fundos duplos de prensas e máquinas industriais, disse o Ministério do Interior espanhol, no dia 3 de setembro.
No dia 9 de junho, a Polícia da Colômbia detectou 4.928 kg de cloridrato de cocaína misturada com borracha granulada. A droga deveria ser levada do porto de Buenaventura para a América Central e, posteriormente, para a Turquia, informou o jornal colombiano El Universal.
Em outra apreensão, as forças de segurança colombianas confiscaram 468 kg de cocaína no porto de Santa Marta. O alcaloide estava oculto dentro de caroços de abacates que seriam levados para a Bélgica, informou no dia 5 de março o site colombiano Semana.
A Colômbia continua sendo o maior produtor mundial de cocaína e mantém ativos cerca de 154.000 hectares desse cultivo em todo o país, informou o site do Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes, no dia 28 de julho de 2020.