As Forças Militares da Colômbia neutralizaram um alto dirigente das dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), no estado de Cauca, anunciou o presidente da Colômbia, Iván Duque, em uma entrevista coletiva, no dia 24 de janeiro de 2022. Euclides España Caicedo, conhecido como Jhonier, liderava sete estruturas das dissidências das FARC no sudoeste do país e era o homem de confiança de outros dois líderes criminosos, conhecidos como Gentil Duarte e Iván Mordisco. “Esse foi um dos mais importantes golpes desferidos contra as dissidências das FARC”, afirmou Duque.
Vulgo Jhonier, com mais de 25 anos nas extintas FARC, havia sido enviado a Cauca pelo indivíduo conhecido como Gentil Duarte para controlar as rotas do narcotráfico no Pacífico colombiano, informou o jornal El País, da Colômbia. “Esse líder havia sido enviado ali […] para expandir, através do narcotráfico, as atividades ilícitas, ilegais e terroristas das dissidências das FARC no Valle del Cauca, em Cauca e em Nariño”, disse à imprensa o ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano.
Nos últimos dois anos, vulgo Jhonier treinou diferentes colunas das dissidências das FARC, para praticarem extorsão contra os trabalhadores rurais, produtores e agricultores, bem como para cometerem atentados terroristas em Cauca. Além disso, enviou Leider Johany Noscue, conhecido como Mayimbú, chefe de uma coluna móvel, para cometer ações de narcotráfico em Nariño.
Segundo o General de Exército Jorge Luis Vargas, diretor da Polícia Nacional da Colômbia, vulgo Jhonier foi responsável pelo ataque com um carro bomba em frente à Prefeitura de Corinto, no norte de Cauca, que deixou 43 pessoas feridas em março de 2021. “Ele era o líder criminoso de sete estruturas que vinham cometendo atos de queima de veículos, impedindo o trânsito de pessoas entre os municípios; […] mais de 46 policiais ficaram feridos em decorrência das instruções diretas desse criminoso”, disse o Gen Ex Vargas. “Ele tinha um confronto direto com o ELN [Exército de Libertação Nacional] com relação a laboratórios, saída da cocaína […], tanto em Nariño como em Cauca, pela costa do Pacífico colombiano.”
Molano informou que vulgo Jhonier participou da tomada de Mitú, capital do estado de Vaupés, em 1998. Durante esse ataque das FARC, foram assassinadas 56 pessoas, entre policiais, soldados e civis, e sequestrados 61 membros da força pública, informa o Centro Nacional de Memória Histórica da Colômbia em seu site. É atribuído a ele também o sequestro de um funcionário das Nações Unidas em maio de 2017.
Para neutralizar vulgo Jhonier, foram integradas capacidades da Força Pública e da Procuradoria Geral da Nação. “Esse alvo foi designado ao Comando Conjunto de Operações Especiais, contando com o apoio da Terceira Divisão do Exército, da Força Naval do Pacífico, do 7º Comando Aéreo de Combate e de toda a estrutura de inteligência e investigação judicial da Polícia Nacional”, explicou o General de Exército Luis Fernando Navarro Jiménez, do Exército da Colômbia, comandante geral das Forças Militares.
“[Utilizamos] tecnologia de ponta […] e também o melhor de nossas tropas […]”, acrescentou o Gen Ex Navarro. “Fomos avançando, fomos movendo as tropas, fomos realizando operações até que conseguimos encontrá-lo em uma área rural do município de Toribío [Cauca].”
“Essa operação de inteligência, que contou com o apoio de fontes humanas […] para chegar a ele, nos permitiu neutralizá-lo; conseguimos também reiterar a mensagem de que ‘quem faz paga’”, concluiu Duque.