O Exército Nacional da Colômbia, a Força Aérea, a Marinha Nacional e a Polícia Nacional iniciaram a Operação Artemisa no final de abril de 2019, com a participação de 17.000 membros, para neutralizar o derrubamento de árvores devido ao plantio de cultivos ilícitos, bem como ao tráfico da flora e da fauna e da mineração ilegal.
“A proteção da biodiversidade é agora um dos principais temas de interesse nacional. Os recursos hídricos, a biodiversidade e o meio-ambiente são os objetivos estratégicos”, disse o presidente da Colômbia, Iván Duque, no lançamento da campanha militar. “Graças às aeronaves remotamente tripuladas [realizamos] exercícios de inteligência que medem o impacto das ações no terreno.”
O Coronel do Exército da Colômbia Jorge Armando Rodrígues Malaver, chefe do departamento de Comando de Engenheiros Militares, conversou com Diálogo sobre os resultados das duas fases iniciais da operação.
“Em dois meses, a Operação Artemisa conseguiu recuperar 461 hectares e três vias ilegais, capturou 20 pessoas, recuperou 10 menores e neutralizou armamentos e equipamentos utilizados na produção de coca, além de estruturas ligadas à mineração ilegal”, disse o Cel Rodríguez.
As áreas protegidas são o principal alvo da Operação Artemisa, que começou no Parque Nacional Chiribiquete nos estados de Caquetá e Guaviare, a maior floresta tropical do país, com cerca de 4,3 milhões de hectares, utilizada pelos Grupos Armados Organizados (GAO) por sua abundância de vida silvestre e para o plantio de cultivos ilícitos. A outra zona que sofreu intervenção foi a região de Macarena, no estado de Meta, onde se localizam os parques Macarena, Picachos e Tinigua.
“O desmatamento na Colômbia chega a 200.000 hectares anuais, uma cifra que vem crescendo desde 2016”, declarou à imprensa o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais colombiano. “De 1996 a 2018, o país perdeu mais de 4 milhões de hectares de florestas.”
O objetivo nacional da Colômbia é vincular as comunidades aos programas de reflorestamento, para que a conservação das florestas traga um benefício econômico e as comunidades sejam as primeiras a atuar contra o corte ilegal de árvores. “O crescente tráfico de fauna e flora silvestre permite que os GAO gerem recursos através do derrubamento de árvores e dos incêndios florestais, para capturar espécies silvestres muito valiosas no mercado negro, principalmente no âmbito internacional; em seguida, eles comercializam os terrenos para cultivos ilícitos”, finalizou o Cel Rodríguez.