A Polícia Nacional da Colômbia (PNC) entregou às autoridades dos Estados Unidos, no dia 19 de agosto de 2021, dois integrantes do Exército de Libertação Nacional (ELN), para que respondam por narcoterrorismo, informou o Ministério da Justiça colombiano em um comunicado.
Henry Trigos, conhecido como Moncho Picada, e Yamit Picón, conhecido como Choncha, tinham ordens de prisão expedidas pela Corte do Distrito Sul do Texas por distribuição de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos, para benefício econômico do ELN, disse o Departamento de Justiça dos EUA. Agentes colombianos detiveram essas pessoas em setembro de 2020, segundo o Ministério colombiano.
“Hoje serão extraditados para os Estados Unidos os indivíduos conhecidos como Choncha e [Moncho], dois líderes do grupo terrorista ELN”, disse no Twitter o presidente colombiano Iván Duque. “Os criminosos têm pedidos de extradição (…) e um alerta vermelho da INTERPOL pelo atentado terrorista contra a Escola de Cadetes de Polícia General Francisco de Paula Santander, onde morreram 22 estudantes.”
Picón é acusado de ser o chefe financeiro do ELN no estado de Magdalena e de negociar com o cartel mexicano de Sinaloa; Trigos é acusado de armazenar e distribuir drogas em Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela, destacou o governo dos EUA.
“Essa é a primeira vez em que se extradita para os Estados Unidos membros do ELN em quase 60 anos de existência da organização, para serem julgados por narcoterrorismo e narcotráfico”, disse o Departamento de Justiça dos EUA.
Respeitando o processo
O procurador-geral da Colômbia Francisco Barbosa disse no dia 28 de agosto que a promotoria se reuniu com agentes especiais do FBI em Washington, D.C. para analisar a cooperação no atentado contra a Brigada 30 do Exército Nacional e o helicóptero em que viajava o presidente Duque. Ele garantiu que estão trabalhando nas questões relacionadas à lavagem de dinheiro e aos processos de extradição.
“Com os Estados Unidos e com a comunidade internacional temos uma relação muito sólida contra a criminalidade”, disse o procurador Barbosa.
A extradição é uma das ferramentas mais duras que a Colômbia e seus aliados utilizam para combater o narcoterrorismo, segundo a Reuters. A Colômbia prepara os processos de extradição de mais de 300 criminosos, acrescentou.
“Respeitaremos o devido processo, mas será o governo dos EUA que julgará e condenará os culpados”, disse o ministro da Justiça da Colômbia, Wilson Ruiz Orejuela, à emissora de rádio colombiana La FM, no dia 30 de março. “Trata-se de membros das FARC, do ELN e de outras organizações criminosas acusados de crimes de terrorismo e narcotráfico”, declarou.
Eugenio Vargas, vulgo Carlos Bolas, foi o primeiro criminoso extraditado para os Estados Unidos em 2002. Vargas, líder das FARC, foi processado por narcotráfico e terrorismo, informou o portal do jornal colombiano El Tiempo. No transcurso de 2021, a Colômbia já extraditou mais de 90 pessoas para os Estados Unidos, publicou o jornal norte-americano The San Diego Union Tribune, no dia 19 de agosto.
Além da extradição de Picón e Trigos, a Corte de Justiça Colombiana aprovou a extradição de Franco Ruíz, outro criminoso do ELN solicitado pelos EUA. Um quarto criminoso do ELN, José Gabriel Álvarez, também será extraditado para os Estados Unidos, informou o Ministério da Justiça da Colômbia.