Os governos da Colômbia e dos EUA firmaram, no dia 4 de março de 2022, um memorando de entendimento para fortalecer a investigação e a judicialização por lavagem de dinheiro e crimes correlatos, informou a Promotoria de Justiça da Colômbia. A iniciativa busca impactar o crime organizado transnacional e os grupos narcotraficantes que praticam crimes na Colômbia.
Além disso, permitirá unir esforços investigativos para decifrar esquemas de lavagem de dinheiro, aumentar as ações de extinção de domínio e formar um grupo de elite para perseguir e sancionar a lavagem de capitais.
“Esse projeto é o mais ambicioso em termos de lavagem de dinheiro da história da colaboração bilateral”, disse o embaixador dos EUA na Colômbia, Philip S. Goldberg, durante a assinatura do convênio. “Com o projeto, pretende-se criar o plano de estudos de capacitação, bem como formar uma equipe permanente para a investigação e judicialização da lavagem de dinheiro, e ainda a extinção do direito de domínio”, acrescentou.
O promotor da Colômbia, Francisco Barbosa Delgado, destacou que os Estados Unidos “são nossos parceiros estratégicos; trabalhamos lado a lado com um dos pilares dos princípios comuns que compartilhamos nesse continente”,
Modalidades
Os delitos mais relevantes que levam à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo na Colômbia são narcotráfico, contrabando, corrupção, mineração ilegal e extorsão, diz o portal do Ministério da Justiça. Em 2021, a lavagem de dinheiro no país chegou a US$ 2 bilhões, informou a Promotoria.
Segundo o Relatório sobre a estratégia internacional de controle de entorpecentes 2022, do Departamento de Estado dos EUA, a mineração e o comércio ilegal de ouro são fonte e meio para lavar dinheiro na Colômbia. Os grupos criminosos também utilizam cada vez mais moedas digitais para enviar os lucros do narcotráfico para a Colômbia, acrescentou o relatório.
Imputações
Nos últimos dois anos, a Colômbia apresentou acusações por lavagem de dinheiro e outras condutas correlatas que envolvem aproximadamente US$ 3 bilhões; além disso, impôs medidas cautelares com fins de extradição, de domínio de bens, ações e produtos financeiros que totalizam cerca de US$ 6 bilhões, diz a Promotoria colombiana.
Nesse mesmo espaço de tempo, a Promotoria emitiu 347 ordens de prisão com fins de extradição e entregou 301 desses criminosos para que compareçam diante da justiça dos EUA.
Em janeiro de 2022, as autoridades colombianas prenderam um casal que transportava cerca de US$ 260.000 no departamento de Nariño. Segundo as investigações, os processados eram membros do Exército de Libertação Nacional e o dinheiro seria usado para financiar atividades ilícitas, garantiu a Promotoria.
Doação
Para dar uma resposta integral à luta contra a lavagem de dinheiro na Colômbia, a Seção de Assuntos Antinarcóticos e Aplicação da Lei, do Departamento de Estado dos EUA, implementou dois projetos com um orçamento estimado de US$ 8 milhões, informou o embaixador Goldberg.
“Temos a confiança de que, ao trabalharmos juntos, possamos continuar construindo e fortalecendo a política da luta contra o narcotráfico e o financiamento do terrorismo, para assim poder prestar uma segurança maior a nossos dois países”, concluiu o embaixador Goldberg.