A Colômbia e os Estados Unidos concordaram em acelerar o intercâmbio de provas legais para processar os ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) Jesús Santrich, Iván Márquez e outros guerrilheiros que anunciaram a criação de um novo grupo armado, supostamente sob a proteção do regime de Nicolás Maduro. A ministra da Justiça da Colômbia Margarita Cabello fez o anúncio em uma entrevista à Voz da América.
A Colômbia espera ter acesso ao importante depoimento de Marlon Marín, uma testemunha sob a proteção da Administração para o Controle de Drogas dos EUA (DEA, em inglês), que aparece em um vídeo com Santrich, supostamente negociando um carregamento de cocaína para os EUA, após a assinatura do processo de paz.
“O governo respeita a independência judicial, mas acredita na existência de indícios, especialmente agora, depois que Santrich fugiu do país e apareceu em um vídeo anunciando seu retorno à vida do crime. Agora, com o vídeo, existem mais evidências de que Santrich não estaria respeitando e cumprindo o acordo de paz nem vivendo uma vida dentro da lei em nosso país”, disse Cabello.
A ministra da Justiça da Colômbia acrescentou: “O governo da Colômbia está preocupado com a possibilidade de que o governo da Venezuela os tenha acolhido, como parece ser o caso. Todos os que respeitaram o acordo e cumpriram a lei serão protegidos e todos os passos daquele acordo de paz serão respeitados. Mas os que o abandonaram, como parece ocorrer com esses criminosos, serão punidos severamente pela justiça.”
Na entrevista concedida à Voz da América, a ministra Cabello disse que as provas que os Estados Unidos têm e o depoimento de Marín são importantes para que sejam emitidas notificações vermelhas contra os dissidentes das FARC que, segundo o governo da Colômbia, estão escondidos na Venezuela.
A ministra também alega que Cuba não está cooperando e presume que líderes das FARC e do Exército de Libertação Nacional (ELN) estejam transitando entre Venezuela e Cuba.
“Nós temos problemas com Cuba”, acrescentou. “Na verdade, solicitamos a extradição de alguns membros do ELN que estão em Cuba, mas não tivemos qualquer resposta nesse sentido. Não estamos contando com a sua suficiente colaboração e isso nos preocupa.”