No final de julho, tropas da Força de Destacamento contra as Ameaças Transnacionais do Exército Nacional da Colômbia, em cooperação com o Corpo Técnico de Investigação da Procuradoria-Geral da Nação, desmantelaram uma fábrica de dólares norte-americanos falsificados, no estado de Meta. De acordo com um comunicado do Exército, a quadrilha criminosa praticava essa atividade há um ano e produzia mensalmente cerca de US$ 1,5 milhão. Os lucros mensais da quadrilha criminosa com a falsificação de cédulas, explicou o Gabinete de Imprensa do Exército, chegavam a US$ 400.000.
Durante a operação, realizada em uma residência no município de Villavicencio, as autoridades encontraram vários elementos para a prática do delito, como uma máquina laminadora, tinta litográfica, máquina industrial litográfica, máquina para testes de cédulas com luz ultravioleta, e mais de US$ 600.000 falsificados, disse o Exército. Dois membros da organização criminosa também foram detidos no local.
“O que eles querem é passar despercebidos e buscam áreas, bairros comuns”, disse à Diálogo o General de Brigada Antonio María Beltrán Díaz, comandante da IV Divisão do Exército, cujas tropas participaram da operação. “Esse é o objetivo deles: passar despercebidos, alugar uma residência e levar as máquinas […]. Mas isso também é o que chama a atenção e nos ajuda nos trabalhos de inteligência [e] para podermos chegar a eles.”
O Gen Bda Beltrán disse que a operação foi realizada depois de mais de um ano de acompanhamento e “um trabalho milimétrico de inteligência”, com o apoio do Serviço Secreto dos EUA, o órgão encarregado de combater a falsificação de dólares norte-americanos. Depois de impressas, as cédulas eram distribuídas em várias cidades da Colômbia e dos países vizinhos para sua comercialização, explicou o Exército.
Segundo a InSight Crime, uma organização especializada em ameaças à segurança na América Latina e no Caribe, os grupos criminosos dedicados à falsificação de dinheiro desenvolveram técnicas sofisticadas para produzir moeda falsa de forma convincente. O Peru, continua a organização, ultrapassou a Colômbia, tornando-se o maior motivo de preocupação na América Latina para o Serviço Secreto dos EUA.
“Os principais falsificadores [de dinheiro] fazem parte do crime organizado, dos cartéis do narcotráfico […] e vendem suas cédulas falsificadas por atacado, a 50 centavos por dólar ou até menos”, disse Arian Panariti, supervisor de Operações do Grupo de Serviços de Efetivo do Banco da Reserva Federal de Boston, em um comunicado publicado pela instituição.
A Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL, em inglês) informa em seu site oficial que “se não for controlada, a circulação de moeda falsa pode abalar a economia nacional, debilitar as instituições financeiras e pôr em risco os meios de subsistência das pessoas. Isso alimenta a economia submersa e financia as atividades das redes do crime organizado e do terrorismo”.