A Colômbia divulgou no dia 30 de março uma lista de 11 supostos guerrilheiros do ELN [Exército de Libertação Nacional] que pela primeira vez pretende extraditar para os Estados Unidos, por narcotráfico.
“Essa é a primeira vez na história da Colômbia em que se extradita um membro do ELN por razões vinculadas ao narcotráfico para os Estados Unidos”, declarou o alto comissário para a Paz, Miguel Ceballos.
Ceballos disse que a diligência “faz parte de uma solicitação mais ampla de vários promotores e juízes dos Estados Unidos”.
“São ao todo 11 membros do ELN, quatro dos quais já estão detidos”, acrescentou o conselheiro presidencial. Os outros sete estão em fase de busca e captura.
O presidente colombiano Iván Duque assinou no dia 29 de março a extradição de José Gabriel Álvarez, requerido pelo Tribunal do Distrito Sul de Texas por tráfico de drogas.
A última guerrilha reconhecida no país após a assinatura da paz em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) negou as acusações.
“É totalmente falso que o indivíduo chamado José Gabriel Álvarez Ortiz seja integrante do ELN, da mesma forma os outros três que deverão ser extraditados”, informou o comando central do grupo rebelde em um comunicado.
Em atividade desde 1964 e formada por cerca de 2.300 combatentes, a guerrilha garantiu que está desligada do narcotráfico.
Os quatro supostos membros do ELN capturados e pedidos em extradição são Yamit Rodríguez (conhecido como Choncha), Franco Ruiz (Motorola), José Gabriel Álvarez (Gabriel) e Henry Trigos (Henry).
Reconhecido como um grupo “terrorista” pelos Estados Unidos, a União Europeia e o governo de Duque, o ELN está “prestes a ser considerado um grupo de narcotraficantes internacionalmente”, de acordo com Ceballos.
“Agora cabe ao ELN nos dizer claramente se está disposto ou não a fazer a paz e, se estiver, deverá abandonar para sempre o negócio do narcotráfico”, insistiu.
Duque sepultou os diálogos de paz mantidos com o ELN por seu antecessor, o Nobel da Paz Juan Manuel Santos, devido a um ataque com um carro-bomba contra uma academia de polícia, que deixou 22 cadetes mortos, além do agressor.
O governante exige de Cuba a extradição dos rebeldes que permaneceram em seu território após a negociação fracassada, mas a ilha repudia o pedido, alegando respeito aos protocolos que assinou com a Colômbia e com os países garantidores, que preveem o retorno da delegação a seus acampamentos de maneira segura.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, e os Estados Unidos o principal consumidor dessa droga.