Os países do Caribe se organizam para incrementar a segurança na região, à medida que o crime organizado recorre a novos métodos para o contrabando de drogas e armas. Eles também ativam parcerias internacionais com agências de segurança e antidrogas, onde os Estados Unidos desempenham um papel fundamental.
Em 26 de outubro, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos EUA interceptou 2,9 toneladas de cocaína no Mar do Caribe, informou o portal Caribenho Loop Caribbean. No final de setembro, um total de 19 países participaram da Operação Trigger VII, uma operação conjunta de uma semana de duração entre a INTERPOL e a Agência de Implementação para o Crime e a Segurança (IMPACS) da Comunidade do Caribe (CARICOM), que levou à apreensão de 10,1 toneladas de cocaína, 2,5 toneladas de cannabis, 350 armas, milhares de munições e 510 prisões, informou a INTERPOL em seu site.
Esta reincidência dos delitos é rejeitada pelos países do Caribe. Por este motivo, já está tomando medidas decisivas para combater o crime organizado.
Uma prova disso é o 24º Conselho Ministerial da CARICOM para a Segurança Nacional e Aplicação da Lei (CONSLE), realizado em Trelawny, Jamaica, em 6 de outubro, onde as discussões giraram em torno do contrabando de drogas, armas e do combate ao crime organizado. A reunião analisou questões cruciais para garantir a viabilidade e sustentabilidade da CARICOM IMPACS, centro nevrálgico da arquitetura de gestão multilateral do crime e da segurança da região, diante de um ambiente de segurança mutável, disse a CARICOM em um comunicado.
“Estamos trabalhando em uma série de iniciativas que irão melhorar a coordenação com atores nacionais, regionais e internacionais”, disse à Diálogo Tonya Ayow, diretora da CARICOM IMPACS, em 5 de novembro. “Por exemplo, a INTERPOL inaugurou recentemente seu Escritório de Ligação do Caribe em Barbados, que compartilha a localização com os escritórios da IMPACS. Como resultado, há maior coordenação e aproveitamento dos sistemas regionais e mundiais.”
Os ministros, comissários de polícia e outros oficiais de segurança destacaram em suas intervenções a urgência de abordar as ameaças do crime organizado transatlântico, o movimento de armas de fogo e narcóticos, a segurança marítima e os crimes cibernéticos. Além disso, eles enfatizaram a importância do intercâmbio de inteligência, do alinhamento das prioridades de segurança nacional e regional, e da criação de parcerias e capacidades entre as agências de aplicação da lei.
“Também trabalhamos em estreita colaboração com o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos [ATF]; Investigações de Segurança Nacional; a CBP e os Estados membros; para fortalecer a resposta e o combate ao tráfico ilícito de armas de fogo em nossa região”, acrescentou Ayow.
“O fato de termos conseguido concentrar-nos especialmente no tráfico de armas de fogo nesta reunião foi de grande valor”, disse o vice primeiro ministro e ministro da Segurança Nacional da Jamaica, Dr. Horace Chang, que presidiu a reunião do CONSLE. “Podemos dizer que entramos em uma nova era de cooperação para enfrentar uma ameaça comum para o Caribe.”
Este último é algo que já está acontecendo, principalmente através da Agência de Implementação para CARICOM IMPACS, cujo mandato é implementar ações projetadas para garantir que os objetivos da agenda regional anticrime e de segurança acordada na reunião sejam cumpridos.
“Outro excelente exemplo de cooperação é através do apoio do Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei dos EUA, para a implementação de uma Plataforma de Conscientização sobre o Domínio Marítimo”, explicou Ayow. “Isto permite que o Centro Regional Conjunto de Comunicações e o Centro Regional de Fusão de Inteligência da IMPACS apoiem melhor os Estados membros, com melhores capacidades de informação e inteligência, para que eles saibam quem está em seu espaço marítimo.”
“O relacionamento que temos com nossos parceiros do Caribe é absolutamente vital para nós”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, no final de setembro, durante sua reunião com o presidente da CARICOM e o presidente do Suriname, Chandrikapersad Santokhi, em Washington, informou Caribbean National Weekly. “O trabalho que flui dessa reunião, para abordar as preocupações compartilhadas de nosso povo, é valioso e crucial, e acho que isso foi sublinhado na Cúpula das Américas com a reunião histórica que tivemos com a CARICOM, com o presidente [dos EUA Joe] Biden e a vice-presidente Kamala Harris.”
“Tanto a União Europeia como os Estados Unidos fornecem apoio significativo para melhorar as iniciativas de segurança nas fronteiras”, concluiu Ayow. “Isto beneficiará não só a região, mas também nossos parceiros, pois trabalhamos juntos para manter as ameaças o mais longe possível da costa, tanto para os países do Caribe quanto para os parceiros.”