Entre 29 de novembro e 10 de dezembro de 2021, o Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE) do Exército Brasileiro (EB) realizou em Brasília o V Estágio Internacional de Defesa Cibernética para oficiais de nações amigas. A atividade, promovida pelo Comando de Defesa Cibernética do EB, teve a participação de militares de nove países: Alemanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Camarões, Equador, Indonésia, Nigéria e Peru.
Segundo o Comandante do CIGE, Tenente-Coronel Valdecir Gregory, a defesa cibernética ocorre em um cenário que vai além das fronteiras; daí a necessidade da troca de experiências entre os participantes. “É preciso trabalharmos de forma combinada nossas capacidades de defesa cibernética, para fazer frente a essas ameaças cada vez mais presentes”, afirmou o Ten Cel Gregory durante o evento.
O 2º Tenente Kai Martin Schimkus, do Exército Alemão, também enfatizou a cooperação mútua. “É muito importante trocar informações com outras nações porque a [guerra] eletrônica é muito perigosa e não reconhece fronteiras”, destacou o oficial alemão.
Ao final da atividade, foi realizado o exercício “Capture The Flag” (Captura da Bandeira), no qual os estagiários foram desafiados a colocar em prática os ensinamentos colhidos ao longo do evento. “Na oportunidade, destacou-se um tenente-coronel do Exército da República do Peru”, informou o EB.
Fortalecimento de capacidades
Com o V Estágio Internacional de Defesa Cibernética, o Brasil e seus países aliados encerraram um ano marcado por diversas ações concretas para fortalecer suas capacidades cibernéticas. Uma delas foi a Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética, realizada em 19 de novembro de 2021 pela Junta Interamericana de Defesa, uma organização formada por militares e civis de 28 países que presta assessoramento para a Organização de Estados Americanos.
“Com os nossos países vizinhos e irmãos Argentina e Brasil, com uma longa tradição de cooperação, temos realizado eventos de treinamento, intercâmbios e exercícios em defesa cibernética”, afirmou na conferência o Coronel Pablo Camps, comandante da Unidade de Ciberdefesa do Exército Uruguaio. “Com os Estados Unidos, realizamos treinamentos gerais e específicos, intercâmbio de especialistas e participação em conferências”, prosseguiu o Cel Camps.
Plano Estratégico
A preparação contra as ciberameaças ocupa um lugar central no Plano Estratégico do EB (2020-2023). Para cumprir com esse objetivo, o Brasil criou em novembro de 2020 o Sistema Militar de Defesa Cibernética, que tem como órgão central o Comando de Defesa Cibernética, integrado por oficiais e praças das três Forças Armadas.
Em fevereiro de 2019, o Brasil inaugurou em Brasília a Escola Nacional de Defesa Cibernética, para disseminar capacitações e melhorar a mão de obra nesse setor.