Em 1º de abril, a Polícia Federal (PF) do Brasil deflagrou a Operação Descontaminação, para desarticular um grupo criminoso que enviava drogas à Europa por via marítima. Policiais federais, com o apoio da Polícia Militar da Bahia, cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva em diversas cidades da Bahia e de São Paulo.
“A organização, que utilizava o Porto de Salvador, Bahia, para remeter cocaína para a Europa, cooptava funcionários do porto para inserir a droga nos contêineres que eram transportados através de navios”, informou a PF em um comunicado.
“[Os criminosos] entravam no porto com a cocaína escondida no fundo de veículos que estariam prestando serviço. Após acessar o local, iam até o contêiner que tinha destino à Europa, quebravam o lacre, colocavam a droga e colocavam um novo lacre, que era falsificado por eles aqui em Salvador”, explicou o delegado da PF, Rodrigo Motta, ao site brasileiro G1.

A Justiça Federal bloqueou contas bancárias de nove investigados. As autoridades também apreenderam carros de luxo, armas, joias, dinheiro e 50 quilos de cocaína, explicou o delegado Motta.
“Desde o começo das investigações, iniciadas em setembro de 2019, em conjunto com a Receita Federal, foram realizadas seis apreensões de cocaína no Brasil e no exterior, totalizando cerca de 3,5 toneladas da droga”, informou a Agência Brasil.
A última apreensão ocorreu em setembro de 2021, quando um funcionário do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador e dois empregados de empresas terceirizadas foram presos em flagrante por policiais federais ao inserir 165 kg de cocaína em um contêiner, completou a Agência Brasil.
Portos de Santos e Itajaí
Também em abril, as autoridades brasileiras frustraram dois envios de cocaína para a Europa pelo porto de Santos. Na primeira ação, em 6 de abril, a PF e a Receita Federal apreenderam cerca de 600 kg de cocaína ocultos em um contêiner de milho. “O navio tinha como transbordo a Holanda e como destino final Portugal”, informou a PF.
Em 7 de abril, os agentes cumpriram dois mandados de prisão e três de busca e apreensão em outra operação contra o narcotráfico internacional. “Funcionários de empresas que atuam no porto eram cooptados para inserir, clandestinamente, a droga nos compartimentos dos navios com destino ao exterior”, informou a PF.
Segundo as autoridades, os criminosos enviavam cocaína ao exterior mediante a inserção de bolsas no porão dos navios. Também as colocavam em compartimentos chamados sea chest, usados para controlar a entrada e a saída de água em sistemas do motor de embarcações.
“Os envolvidos são investigados pelos crimes de tráfico internacional de entorpecentes e associação para o tráfico, cujas penas variam de oito a 25 anos de reclusão e multa”, informou a PF.
Entre 2016 e março de 2022, a Receita Federal apreendeu mais de 111 toneladas de cocaína somente no porto de Santos, informou o jornal brasileiro Folha de São Paulo.