A Polícia Federal (PF) do Brasil se uniu a forças de segurança de mais de 40 países para combater o tráfico de seres humanos, durante a Operação Liberterra, entre 5 e 9 de julho de 2021.
“Os trabalhos envolveram atividades de prevenção, repressão e apoio a vítimas de tráfico de pessoas e promoção de migração ilegal (contrabando de migrantes)”, informou a PF em um comunicado, em 26 de julho. “A ação preveniu ainda crimes correlatos, como falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional”, acrescentou a PF.
Coordenada pela Interpol, a operação teve a participação de 47 países de todos os continentes, incluindo Colômbia, Estados Unidos, Honduras, México e República Dominicana.
“A Operação Liberterra é um retrato de cinco dias da situação global do tráfico [de pessoas] e do contrabando [de migrantes], e de como as redes criminosas multinacionais e altamente organizadas se concentram em apenas uma coisa: o lucro”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, em um comunicado, no dia 26 de julho.
Segundo a Interpol, 22 grupos criminosos foram desmantelados e 286 suspeitos foram presos ao redor do mundo. Os policiais realizaram cerca de 500.000 inspeções em postos de controle, aeroportos e pontos de acesso identificados nas investigações.
“As autoridades resgataram cerca de 430 vítimas de tráfico de pessoas e identificaram 4.000 migrantes irregulares originários de 74 países”, declarou a Interpol.
No Brasil, os policiais cumpriram mandados judiciais e resgataram 10 vítimas, entre brasileiros e estrangeiros, em cidades como Governador Valadares, em Minas Gerais, e Rio Branco, no Acre. Segundo a PF, “houve a intensificação do controle migratório de mais de 11.000 passageiros de voos internacionais e transeuntes em postos de fronteira considerados estratégicos”.
Na Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai, por exemplo, os policiais prenderam um homem foragido da justiça que tentava cruzar para o lado paraguaio. “Seu nome constava em uma lista de difusão vermelha da Interpol”, informou a PF.
Os agentes também atuaram nos aeroportos internacionais de Cumbica, em Guarulhos, e Galeão, no Rio de Janeiro, além da Ponte da Integração, na fronteira com o Peru.
Colômbia e Equador
Dentro da Operação Liberterra, a Colômbia efetuou 22 prisões e desmantelou duas organizações criminosas. “Um grupo se dedicava ao contrabando de migrantes para os Estados Unidos, enquanto o outro se concentrava em trazer migrantes cubanos e haitianos do Equador para a Colômbia”, disse a Interpol. Os policiais colombianos também prenderam dois indivíduos procurados internacionalmente pela Espanha por tráfico de pessoas.
No Equador, as autoridades prenderam oito suspeitos de contrabandear migrantes para os Estados Unidos. Eles utilizavam uma agência de viagens legítima como fachada para reservar voos via México, informou a Interpol.
A operação foi apoiada pela Europol, Organização Internacional para as Migrações e Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes.