No final de abril, representantes do Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (NORAD) e do Comando Norte dos EUA (NORTHCOM) se reuniram com autoridades da Real Força de Defesa das Bahamas (RBDF) na base naval de Coral Harbour, em Nassau. Os oficiais participaram de uma sessão executiva dentro do Marco de Cooperação de Segurança Bilateral (BSCF), para reforçar a cooperação em segurança e defesa entre as duas nações“O objetivo das reuniões foi examinar o BSCF, recentemente assinado pelos EUA e pelas Bahamas”, informou a RBDF em um comunicado. “O marco ressalta as linhas de esforço e os níveis acordados de oportunidades de desenvolvimento de treinamento, doações de equipamentos, exercícios militares e programas de cooperação em segurança que serão realizados nos próximos cinco anos”, acrescentou a RBDF. Essa foi a primeira sessão executiva presencial do BSCF.

A Embaixada dos EUA em Nassau também destacou o avanço da cooperação bilateral. “No início desta semana, o Contra-Almirante Daniel L. Cheever, [da Marinha dos EUA,] do NORTHCOM, esteve de volta a Nassau, acompanhado pelo Brigadeiro Parker Wright, [da Força Aérea dos EUA,] para continuar fortalecendo nossa relação com as Bahamas, juntamente com a RBDF, a Guarda Nacional de Rhode Island e a Guarda Costeira dos EUA [USCG], entre outros parceiros”, disse a Embaixada dos EUA via Twitter.
Crimes transnacionais
Formado por mais de 700 ilhas, o arquipélago das Bahamas é especialmente importante para os Estados Unidos por sua proximidade geográfica. “Sua localização, a menos de 50 milhas de distância da costa da Flórida em seu ponto mais próximo, faz dela um conduto natural para o tráfico de drogas”, diz o Departamento de Estado dos EUA em seu Relatório sobre a estratégia internacional de controle de entorpecentes 2022.
No relatório, o Departamento de Estado dos EUA destaca a relação de longa data entre os Estados Unidos e as Bahamas, descrevendo-a como “importante para ambos os países”. De fato, ambas as nações têm se beneficiado de uma sólida cooperação em matéria de segurança, como, por exemplo, a doação de US$ 5,9 milhões do governo dos EUA, em junho de 2021, em barcos e equipamentos de comunicação para a RBDF, a fim de aumentar suas capacidades.
A USCG também auxilia as autoridades das Bahamas na defesa costeira por meio de várias ações, tais como a Operação Bahamas, Ilhas Turcas e Caicos, que remonta aos anos 1980. Além disso, a USCG e a RBDF têm combinado esforços para interceptar a onda de migrantes, por preocupação com a segurança da vida no mar. De outubro de 2021 a 5 de maio de 2022, a USCG interceptou cerca de 3.900 haitianos, informou o canal de notícias Fox5. Muitos, disse a USCG, não sobrevivem à viagem arriscada.
Bahamas também participa de vários exercícios regionais para melhorar a cooperação multinacional de segurança, como o exercício Tradewinds, patrocinado pelo Comando Sul dos EUA, cuja 37ª iteração está programada para ser realizada de 7 a 21 de maio, em Belize e México, com 22 nações participantes.
“A assistência e os recursos de segurança dos EUA têm sido essenciais para os esforços das Bahamas para mitigar o crime organizado no arquipélago”, diz o Departamento de Estado dos EUA.