BRASÍLIA, Brasil – Três aviadores da Guarda Nacional Aérea de Nova York compartilharam seus conhecimentos sobre operações espaciais e sua organização com aviadores brasileiros designados para o Comando de Operações Aeroespaciais do Brasil, de 18 a 25 de abril de 2022.
A visita dos aviadores nova-iorquinos, designados ao 222º Esquadrão de Comando e Controle, foi o mais recente intercâmbio no âmbito do Programa de Parceria Estatal, que a Guarda Nacional de Nova York iniciou com o Brasil em 2018. Foi a quarta vez que os especialistas espaciais da Guarda Nacional de Nova York se reuniram com seus homólogos brasileiros, para discutir as operações espaciais.
O 222º Esquadrão de Comando e Controle, com sede em Roma, Nova York, tem a missão de fornecer pessoal para aumentar as operações do Escritório Nacional de Reconhecimento.
O Escritório Nacional de Reconhecimento é a agência responsável por operar a rede de satélites espiões dos Estados Unidos e fornecer inteligência baseada no espaço para o Departamento de Defesa dos EUA e outras agências.
Se for criada uma Guarda Nacional Espacial, o 222º seria o componente de Nova York dessa força.
O Programa de Parceria Estatal vincula as forças da Guarda Nacional do Estado com forças militares de outras nações, para desenvolver relacionamentos e compartilhar informações. Nova York também tem uma relação de parceria com a Força de Defesa Nacional da África do Sul desde 2003.
Os brasileiros pretendem desenvolver seu próprio programa de operações espaciais militares e unir-se ao sistema de conscientização do domínio espacial que os Estados Unidos utilizam, disse a Capitã Leah Elsbeck, oficial de operações espaciais do 222º.
A Cap Elsbeck também serve como a ligação espacial para o escritório do Programa de Parceria Estatal da Guarda Nacional de Nova York.
O objetivo do intercâmbio é fornecer aos brasileiros informações úteis e lições aprendidas pelos EUA que eles podem usar para formar seu próprio programa, explicou a Cap Elsbeck.
O Tenente-Coronel Chris Graziano, chefe de planos e estratégia do 222º, e o Terceiro-Sargento Ryan Keenen, um analista de inteligência contra espacial, também participaram do intercâmbio com a Cap Elsbeck. Um representante civil do quartel-general do Comando Espacial dos EUA, Chad Goldlewski, também fez parte da equipe.
Muitas das discussões centraram-se no gerenciamento de dados e em como rastrear os mais de 27.000 objetos orbitando a Terra, disse a Cap Elsbeck.
Esses objetos vão desde a Estação Espacial Internacional até pedaços de satélites explodidos em testes de armas, de acordo com a NASA.
“Discutimos com eles a forma de coletar e armazenar suas informações para torná-las acessíveis”, disse a Cap Elsbeck.
Embora os membros do 222º sejam especializados em trabalhar com o Escritório Nacional de Reconhecimento, eles também estão atualizados na mais recente doutrina da Força Espacial e compartilharam essa informação organizacional com os brasileiros, disse.
O 222º está trabalhando para integrar os brasileiros com uma rede de Conscientização do Domínio Espacial existente, utilizada pela Força Espacial dos EUA, pela Guarda Nacional, por parceiros comerciais e países aliados, disse a Cap Elsbeck.
O esforço está sendo conduzido como parte das Operações Comerciais Conjuntas da Força-Tarefa Conjunta de Defesa Espacial do Comando Espacial, ou JTF-SD JCO, para abreviar, disse ela.
O Brasil pode contribuir para esse esforço porque terá telescópios e sensores localizados perto do equador, que podem preencher as lacunas do atual sistema de rastreamento, disse a Cap Elsbeck.
A equipe discutiu o próximo lançamento de dois satélites do Brasil em uma órbita na qual o país não opera atualmente, destacando as vantagens e os desafios que acompanham essa expansão, acrescentou.
Outros pontos de discussão incluíram a integração brasileira nas operações espaciais dos EUA através de exercícios anuais tanto com o serviço ativo como com a Guarda Nacional.
A equipe de Nova York visitou o Centro de Operações Espaciais da Força Aérea Brasileira em Brasília, capital do país.
Eles também se encontraram com representantes do Instituto Brasileiro de Tecnologia Aeronáutica, em São José dos Campos. O Instituto de Tecnologia Aeronáutica é um esforço conjunto de investigação acadêmica militar e civil.
É uma das principais escolas de engenharia do Brasil e se dedica à investigação avançada em ciência e tecnologia aeroespacial, de acordo com o site do instituto.