A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) desmantelou, nas últimas duas semanas de junho de 2021, sete acampamentos do narcotráfico dedicados à produção de maconha, nos estados de Amambay e Caaguazú, na fronteira com o Brasil. Nas duas operações, os agentes encontraram mais de 18 toneladas da roga.
De acordo com a SENAD, em um comunicado do dia 5 de julho, agentes especiais encontraram em uma zona rural de Caaguazú um acampamento com mais de 5 toneladas de maconha em diferentes fases de produção, entre a erva picada, erva armazenada em bolsas para sua distribuição e erva em fase de secagem.
“Ao todo foram incinerados 5.240 quilos de cannabis ilícito no destacamento conjunto com o Ministério Público”, informou o comunicado.

Em outra nota do dia 2 de julho, a SENAD informou que seus agentes, após uma incursão em uma região de bosques no distrito de Capitán Bado, em Amambay, encontraram cinco acampamentos do narcotráfico interconectados, onde cada um desenvolvia uma fase da fabricação de maconha. Durante a incursão, foi encontrado um total de 7.400 kg de cannabis, distribuídos em 4.400 kg da erva picada e 3.000 kg da substância em formato de tijolo.
“O valor da droga em território paraguaio é de cerca de US$ 220.000; no entanto, a estrutura do narcotráfico pretendia comercializar o produto por aproximadamente US$ 2 milhões no mercado brasileiro”, segundo a instituição.
Além da droga, os agentes da SENAD confiscaram prensas de metal, quinquilharias, guilhotinas, gatos hidráulicos, serras circulares, balanças eletrônicas, forragens, motocicletas, fumigadores e pranchas de metal, entre outros equipamentos para fabricar a droga.
Dias antes, agentes da SENAD encontraram na zona de Bella Vista Norte, em Amambay, 1.750 kg da planta já embalada e prensada em um centro de armazenamento. No terreno, as autoridades erradicaram 1 hectare de cultivo ilegal, tirando de circulação mais de 5 toneladas de maconha, explicou a instituição em um comunicado no dia 28 de junho.
Segundo a organização de investigação InSight Crime, dedicada à análise do crime transnacional na América Latina, o Paraguai continua sendo um importante centro do crime na região, por sua posição como principal produtor de maconha na América do Sul, que alimenta os mercados consumidores da Argentina e do Brasil. O Paraguai, de acordo com a organização, se tornou uma região mais atraente para os grupos criminosos transnacionais, como a conhecida organização brasileira Primeiro Comando da Capital, cuja expansão nos estados fronteiriços do Brasil lhe permitiu ganhar o controle sobre uma grande porcentagem da maconha produzida no Paraguai e introduzida no Brasil.