Monitorar as condições climáticas para fazer uma previsão assertiva é parte de sua vida. Alertar sobre uma tempestade, condições de céu nublado e climáticas é o dia-a-dia da Capitã Cynthia Hidalgo Cárdenas, da Força Aérea do Peru, chefe do Departamento de Previsões da Diretoria de Meteorologia Aeronáutica. Ela, juntamente com sua equipe, analisa, informa e aconselha sobre a situação dos fenômenos meteorológicos, para a eficácia das operações militares em seu país.
A Cap Hidalgo, que é apaixonada por matemática, física e astronomia, falou com Diálogo sobre sua paixão pela meteorologia, sua carreira militar e o avanço das mulheres nas forças armadas.
Diálogo: O que significa ser a primeira mulher meteorologista da Força Aérea no seu país?
Capitã Cynthia Hidalgo Cárdenas, da Força Aérea do Peru, chefe do Departamento de Previsões da Diretoria de Meteorologia Aeronáutica: Atualmente, os desafios da meteorologia são grandes; o desenvolvimento e aplicação de capacidades computacionais, que incluem gerenciamento de software que envolve diferentes sistemas operacionais, visualizadores de grandes quantidades de dados, linguagens de programação, interpretação e processamento de imagens de satélite, gerenciamento de modelos numéricos do tempo, entre outros, nos levam à necessidade de estarmos em capacitação permanente. Por esta razão, é uma grande responsabilidade para mim poder liderar um grupo de oficiais subalternos e técnicos na especialidade de Meteorologia Aeronáutica, pois tenho que estar constantemente preparada em assuntos relacionados ao estudo da ciência atmosférica, para poder assim liderá-los e orientá-los em todas as assessorias meteorológicas que fornecemos às nossas tripulações aéreas.

Diálogo: Como surgiu o seu desejo de se tornar uma meteorologista?
Cap Hidalgo: Desde o ensino médio, sempre me interessei por cursos de ciência ambiental e física. Entender o que está acontecendo na atmosfera, para causar os diferentes fenômenos meteorológicos que ocorrem, foi o que mais chamou minha atenção desde pequena. Por volta dos 17 anos de idade, decidi dedicar-me à vida militar, levando em conta que meu único objetivo era optar por uma carreira em meteorologia aeronáutica, pois era pessoalmente o que mais me apaixonava, devido à constante mudança nas condições climáticas e meteorológicas em nosso país.
Diálogo: Qual é a importância do Departamento de Previsões para a execução de missões da Força Aérea?
Cap Hidalgo: Para cumprir a missão da Força Aérea do Peru, nós, como Diretoria de Meteorologia Aeronáutica, temos que desenvolver, manter e realizar atividades meteorológicas de forma confiável e oportuna, a fim de contribuir para as operações e execução da Força Aérea do Peru.
Diálogo: Vocês apoiam os outros ramos das forças militares?
Cap Hidalgo: Sim, quando for necessário, para a aviação naval, aviação do Exército e aviação da Polícia. Fornecemos aconselhamento meteorológico as 24 horas do dia.
Diálogo: Qual é o seu maior desafio nesse comando?
Cap Hidalgo: O maior desafio é ser capaz de liderar um bom grupo de técnicos na especialidade de meteorologia, os quais também têm um longo histórico. Eu, em meus curtos dez anos como oficial, embora seja verdade que fui capacitada, valorizo a experiência como um dos maiores atributos de uma pessoa; então, meu maior desafio é poder liderá-los, ser capaz de me capacitar e ser tão assertiva em uma previsão meteorológica.
Diálogo: O que mais a impressiona em sua profissão militar?
Cap Hidalgo: Ser capaz de servir meu país em operações e ações militares como especialista em meteorologia aeronáutica é o que mais me satisfaz profissionalmente. Contribuir para o planejamento e execução de operações militares, fornecendo informações meteorológicas oportunas e adequadas, para que as tripulações aéreas possam chegar a diferentes lugares de nosso país, e assim apoiar o desenvolvimento sócio-econômico, é o que me dá mais satisfação pessoal.

Diálogo: Em 10 anos de vida militar, como a senhora tem visto o avanço das mulheres na Força Aérea do Peru?
Cap Hidalgo: O conhecimento é tudo. Não há distinção alguma na instituição para poder alcançar uma posição importante. Atualmente, na instituição, quem tem controle ou liderança é o pessoal mais qualificado; quanto mais habilidades profissionais você tiver, melhores chances você tem de poder optar pelas melhores posições.
Diálogo: Qual tem sido seu maior desafio como mulher na Força Aérea do Peru?
Cap Hidalgo: Um dos desafios que tive em 2018 foi quando a Força Aérea me encaminhou para o Centro Nacional de Operações de Imagens de Satélite, conhecido como CNOIS, no qual tive que ir a essa unidade para um projeto de desenvolvimento de uma previsão de cobertura de nuvens para nosso satélite, o PerúSat-1. Para mim, foi um desafio porque eu não tinha conhecimento sobre processamento de imagens de satélite, não tinha sido capacitada, mas minhas habilidades como meteorologista aeronáutica e de investigação me ajudaram e fizeram que, em cerca de dois anos, junto com um grupo de engenheiros, pudéssemos concretizar o desenvolvimento e a previsão de cobertura de nuvens para o satélite PerúSat-1.
Para ver a entrevista completa com a Capitã Cynthia Hidalgo Cárdenas, da Força Aérea do Peru, chefe do Departamento de Previsões da Diretoria de Meteorologia Aeronáutica, clique no seguinte link: https://dialogo-americas.com/pt-br/articles/uma-conversa-com-capita-cynthia-hidalgo-da-forca-aerea-do-peru/#.YrHNyC-B1zU