A Brigada Antinarcóticos da Polícia de Investigações do Chile (PDI), juntamente com o Ministério Público de Arica e Parinacota, apreendeu 1,5 tonelada de drogas durante a Operação Escorpião Norte. A PDI informou em 23 de abril de 2022 que as drogas vinham da Bolívia e do Peru e que seriam comercializadas na parte central do país.
Além dos 1.447 quilos de maconha, 20 kg de pasta base de cocaína e 10 kg de cocaína, as autoridades apreenderam três veículos e equipamentos de comunicação, informou o portal chileno Bio-Bío. Três chilenos e um colombiano foram presos na operação, acrescentou a PDI. Dois dos criminosos dirigiam a quadrilha de Santiago, coordenando as entradas de drogas que chegavam da fronteira norte com o Peru e a Bolívia.
Uma vez no Chile, os traficantes de drogas viajavam por terra até a árida cidade de Alto Hospicio, na província de Iquique, onde armazenavam os carregamentos em diferentes propriedades.
“No entanto, isso era apenas para aguardar novas instruções, já que a missão era seguir em direção ao destino final na região metropolitana, onde seria comercializada no mercado informal”, disse a PDI à imprensa.
As investigações continuam, para prender o resto da organização, que tem conexões no exterior, confirmou a prefeita inspetora Claudia Domínguez, chefe da região policial de Arica e Parinacota da PDI.
O narcotráfico da Bolívia e do Peru em direção ao Chile tem aumentado nos últimos anos. “Especialmente no norte do Chile, a porosidade da fronteira facilita que as gangues criminosas se instalem com seu modelo de negócios, que geralmente é uma espécie de franquia, e elas se aproveitam das pessoas que vivem em extrema pobreza”, disse à Diálogo Guillermo Holzmann, analista de defesa chileno e acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Valparaíso. “Muitas vezes, essas pessoas estão sujeitas à cooptação pelas gangues.”
Esses criminosos provocam o aumento dos índices de delitos violentos, incluindo assassinatos, disse Holzmann. Segundo dados do Ministério Público, nos últimos cinco anos, os assassinatos na região de Arica e Parinacota aumentaram em 125 por cento; na região de Antofagasta, em 179 por cento; e na região de Tarapacá, em 240 por cento.
“Há pessoas encarregadas da logística, das rotas de distribuição, encarregadas da compra de veículos”, acrescentou Holzmann. “É um modelo de negócios muito organizado; no topo está a lavagem de dinheiro e de ativos.”
Cooperação internacional
Após o assassinato de um carabineiro no início de maio, na província de Diguillín, na área central do país, o presidente chileno, Gabriel Boric, se comprometeu a pôr um fim à violência. “Isso realmente não vai ser fácil, mas vocês devem saber que nós, no governo, vamos fazer o melhor para deter essa onda de violência e que não descansaremos até que tenhamos paz e coesão social”, disse o presidente à imprensa.
No final de abril, a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do Comando Sul dos EUA, visitou o Chile e reuniu-se com a ministra da Defesa Nacional do Chile, Maya Fernandez, com o General de Exército Guillermo Paiva, chefe do Estado-Maior Conjunto do Chile, e com líderes das Forças Armadas, para discutir o aprofundamento da cooperação entre os dois países em matéria de segurança e defesa.
“Meu principal objetivo durante as visitas foi ouvir nossos parceiros, compreender melhor seus objetivos e desafios, considerar suas idéias e buscar novas oportunidades para colaborar em apoio a nossos interesses comuns”, disse a Gen Ex Richardson em uma entrevista ao site de notícias argentino Infobae.