Nos dias 23 e 24 de novembro, foi realizada virtualmente a 29ª edição da Conferência Naval Interamericana (CNI), que reuniu 16 países das Américas representados pelos comandantes em chefe de suas marinhas, para promover o intercâmbio de ideias e o entendimento mútuo dos problemas marítimos que afetam o continente.
Pela quarta vez na história, o Chile foi anfitrião desse evento que é realizado a cada dois anos desde a sua criação, em 1959. O tema central deste ano foi a “Função das marinhas em tempos de pandemia” e, nesse contexto, a contribuição dessas forças no continente para a prevenção e mitigação dos efeitos dos desastres naturais.
“Como anfitriões, dentro das temáticas que havíamos estabelecido, estava a proposta de estabelecer a função das marinhas no âmbito das catástrofes naturais, quanto às quais, na verdade […], nosso país tem bastante experiência”, disse o Contra-Almirante da Marinha do Chile Leonardo Quijarro, secretário-geral da CNI. “E, conjunturalmente, dada a realidade deste ano em particular, houve uma derivação devido à catástrofe que a pandemia criou.”
Líderes das marinhas da Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai participaram da conferência virtual.
“A conferência é uma oportunidade para que reflitamos sobre este ano desafiador e reconheçamos a inovação que nossas marinhas utilizaram para se adaptar juntas, aprender juntas e superar essa pandemia juntas”, disse em um comunicado o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Mike Gilday, chefe de Operações Navais. “Sou grato por nosso compromisso combinado de compartilhar as melhores práticas que mantêm nossos marinheiros e navios seguros no mar, durante essa pandemia.”
Por sua vez, o Almirante de Esquadra Julio Leiva, comandante em chefe da Marinha do Chile, destacou a cooperação e a função principal da marinha. “O respeito mútuo ao direito internacional nos une”, disse o Almirante. “Mesmo em uma pandemia, o papel principal de nossa Marinha se mantém firme – manter os mares livres e abertos e manter a segurança marítima.”
Por fim, o Contra-Almirante Julio Horacio Guardia, chefe do Estado-Maior Geral da Marinha Argentina, falou sobre uma questão relativa à função central que as marinhas latino-americanas assumiram para colaborar e enfrentar as situações geradas pela pandemia da COVID-19. Ele também mencionou a importância da proteção e preservação dos oceanos.
O objetivo da reunião é criar um ambiente para o intercâmbio de ideias, conhecimentos, e junto a isso incentivar o contato profissional permanente entre as marinhas, fomentando a solidariedade no hemisfério. No final da conferência, houve a entrega da Secretaria Geral da CNI à Marinha de Guerra do Peru, que será a anfitriã em 2022.